Zamora Induta
Ex-chefe militar da Guiné-Bissau
Zamora Induta conduzido a prisão militar em Mansoa
O ex-chefe do Estado-Maior das Forcas
Armadas da Guiné-Bissau Zamora Induta foi hoje conduzido para uma cela no
quartel de Mansoa, no centro do país, disse à Lusa o advogado do
contra-almirante, José Paulo Semedo.
De acordo com o advogado, Zamora
Induta foi levado para a prisão do quartel de Mansoa por ordens do Tribunal
Superior Militar mas sem que o próprio causídico tivesse sido notificado dos
motivos.
"Confirmo
que o contra-almirante foi levado para Mansoa e neste momento já se encontra
numa cela naquela unidade militar", disse à Lusa José Paulo
Semedo, que se deslocou ao Tribunal para "perceber o que é que se
passa".
"Segundo a lei e na qualidade do
advogado do contra-almirante devia ser informado, notificado de qualquer medida
que lhe é imposto, mas nada disso aconteceu", observou Paulo Semedo.
Para o advogado, Zamora Induta
"esteve sequestrado" durante mais de um mês na sua própria
residência, uma vez que "esteve sob restrição de movimentos" por
ordens do Tribunal Militar que colocou três agentes à porta da sua casa.
"Agora sai de um sequestro e vai
para prisão preventiva", acrescentou José Paulo Semedo.
O contra-almirante voltou ao país,
vindo de Lisboa, onde se encontrava a residir desde que fugiu da Guiné-Bissau,
na sequência do golpe de Estado de abril de 2012, para a recolha de dados para
uma tese de doutoramento que está a preparar.
Antes de regressar ao país, Induta,
segundo o seu advogado, comunicou as autoridades políticas e militares dos seus
intentos, mas acontece que dias depois foi chamado a depor no Tribunal Militar
de Bissau num processo de alegada tentativa de golpe militar ocorrido em
outubro de 2012 em que é apontado como um dos líderes.
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