sexta-feira, 16 de setembro de 2016

OBRIGADO TONY DUDU



Todos os dias a vida nos oferece surpresas. Ontem ao abrir uma encomenda que me chegou de Londres, dei com o CD do Tony Dudu -BIM NÓ BAI. Profundamente tocado por este gesto amigo, parei tudo para escutar os dez titulos que integram o trabalho. Do primeiro ao ultimo acorde, saí de mim para um espaço superior de beleza e requintes de sensibilidade, nas asas dos sons do Tony. 

Quanta inteligência, talento, trabalho e humildade! Só uma grande alma é capaz de tamanha criatividade. Gente de alma pequena, por mais dominio técnico que tiver, seja de que instrumento for, jamais será capaz de atingir “O fim da arte superior” que “é LIBERTAR”, segundo o poeta Superior, Fernando Pessoa.

Do Mestre Duko Castro Fernandes, passando pelo icónico Zé Carlos, pelo brilhante Estevão Soares, até ao virtuoso Tundu, a música guineense ganhou mais um inovador de excelência, na pessoa do gutarrista, compositor e arranjador, TONY DUDU.

Pela primeira vez na nossa história, um instrumentista de musica moderna guineense, assume o registo integral duma obra de musica instrumental. Este facto, de per si, é um contributo de destaque. A isso associar a fabulosa qualidade técnica e artística da obra, é incontestavelmente render-se à evidencia de um marco histórico na cultura musical guineense. Com os pés bem assentes nas suas raízes, Tony viaja pelo mundo das sonoridades com uma firme guinendadi na lapela. 

Na sua língua de músico guineense, fala com todos os quadrantes musicais do planeta. Se entende com todos e dá a entender a todos nós, que temos lugar respeitável no mundo, quando, com humildade e sem alienação, agimos e interagimos.

Obrigado TONY, por este importante património que oferecestes à cultura do nosso país, GUINÉ-BISSAU.


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