Todos
os dias a vida nos oferece surpresas. Ontem ao abrir uma encomenda que me
chegou de Londres, dei com o CD do Tony Dudu -BIM NÓ BAI. Profundamente tocado
por este gesto amigo, parei tudo para escutar os dez titulos que integram o
trabalho. Do primeiro ao ultimo acorde, saí de mim para um espaço superior de
beleza e requintes de sensibilidade, nas asas dos sons do Tony.
Quanta
inteligência, talento, trabalho e humildade! Só uma grande alma é capaz de tamanha criatividade. Gente de alma pequena, por mais dominio
técnico que tiver, seja de que instrumento for, jamais será capaz de atingir “O
fim da arte superior” que “é LIBERTAR”, segundo o poeta Superior, Fernando
Pessoa.
Do Mestre Duko
Castro Fernandes, passando pelo icónico Zé Carlos, pelo brilhante Estevão
Soares, até ao virtuoso Tundu, a música guineense ganhou mais um inovador de
excelência, na pessoa do gutarrista, compositor e arranjador, TONY DUDU.
Pela primeira vez
na nossa história, um instrumentista de musica moderna guineense, assume o
registo integral duma obra de musica instrumental. Este facto, de per si, é um
contributo de destaque. A isso associar a fabulosa qualidade técnica e
artística da obra, é incontestavelmente render-se à evidencia de um marco
histórico na cultura musical guineense. Com os pés bem assentes nas suas
raízes, Tony viaja pelo mundo das sonoridades com uma firme guinendadi na
lapela.
Na sua língua de músico
guineense, fala com todos os quadrantes musicais do planeta. Se entende com
todos e dá a entender a todos nós, que temos lugar respeitável no mundo,
quando, com humildade e sem alienação, agimos e interagimos.
Obrigado
TONY, por este importante património que oferecestes à cultura do nosso país,
GUINÉ-BISSAU.
Por: Ernesto Dabo
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