Entrada em campo
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Tudo a postos...
Leitura do termo de posse...
Click da assinatura do termo de posse pelo Chefe de Estado...
Click da assinatura do termo de posse pelo novo PM...
Missão cumprida...
Preto-Velho by Carlitos Barros
Discurso de S.E. Presidente da República
Excelentíssimo
Senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular,
· Excelentíssimo
Senhor Primeiro-Ministro,
· Excelentíssimo
Senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça,
· Sua
Excelência o Senhor Presidente Olusegum Obasanjo, Presidente do Grupo de
Contacto da CEDEAO para a Guiné-Bissau,
· Excelentíssimos
Senhores Ministro-Director do Gabinete, Chefe da Casa Civil, Conselheiros e
Assessores do Presidente da República,
· Excelências
Senhores Líderes de Partidos Políticos com Representação Parlamentar,
· Excelências
Senhores Membros do Corpo Diplomático e Representantes de Organizações
Internacionais,
· Ilustres
Convidados,
· Minhas
Senhoras e Meus Senhores,
Esta cerimónia
de hoje marca o fim de um processo que resultou de uma grave crise política que
pôs em causa o regular funcionamento das instituições que conduziu à demissão
do Governo em 12 de Agosto último.
Como se devem recordar, na altura, tomei todas
as disposições que considerei conformes à Constituição da República para a
nomeação de um novo Primeiro-Ministro.
Nesse quadro
solicitei ao PAIGC, partido mais votado nas últimas eleições, para indicar um
nome para o efeito. Infelizmente, segundo as minhas análises, não foi feita a
leitura mais judiciosa desse convite, tendo-se optado pelo envio do nome do
Primeiro-Ministro demitido, o que conduziu ao bloqueio, na medida em que não
foram tidas em consideração as razões que levaram à demissão do Governo.
Assim, na
qualidade de Primeiro Magistrado da Nação e consciente de que o país não podia entrar
num vazio institucional, nomeei um novo Primeiro-Ministro, de acordo com o que
tem sido o procedimento institucional e tendo sempre em conta os últimos
resultados eleitorais.
Nunca considerei
essa decisão como uma afronta ao PAIGC, mas sim, o resultado de uma leitura
judiciosa da situação, por um lado e, por outro, uma vontade sincera de
encontrar a solução mais adequada, que permitisse uma saída rápida do impasse e
colocasse o País dentro da normalidade institucional.
Entretanto,
depois da nomeação do novo Primeiro-Ministro e do Governo que me foi proposto,
deu entrada no Supremo Tribunal de Justiça uma acção de incidente de
constitucionalidade da referida decisão.
O Supremo Tribunal
de Justiça, que faz as vezes de Tribunal Constitucional, analisou e julgou inconstitucional
o Decreto n°.06/2015.
Ora, na
qualidade de Presidente da Republica, símbolo da unidade nacional, garante do
respeito pela Constituição da Republica, conformei-me imediatamente com a
decisão da Corte Suprema, não obstante não acompanhar a interpretação inovadora
nele contida sobre os poderes do Presidente da República na nomeação do
Primeiro-Ministro.
Assim, em
consequência do referido acórdão, demiti de imediato o Governo, após o pedido
de demissão apresentado pelo Primeiro-Ministro.
· Ilustres Convidados,
Com esta
atitude, espero ter dado um sinal inequívoco a todas as forças vivas da Nação,
em especial aos demais órgãos de soberania, que para a consolidação de um
Estado de Direito Democrático, devemos todos, e sem excepção, respeitar a
Constituição e demais as Leis da Republica. Pois considero que esse é o único
caminho que pode levar-nos a atingir os nossos objectivos de paz social e
estabilidade institucional.
Assim, sempre
imbuído de espírito republicano, fiz uma leitura do Acórdão n°.01/2015 e, de
acordo com a Constituição da Republica, segui os procedimentos necessários com
vista à nomeação do novo Primeiro-Ministro.
Solicitei ao
PAIGC, partido maioritário na ANP, que me indicasse três nomes para consideração,
tendo em vista a nomeação do novo Primeiro-Ministro.
Em resposta,
recebi deste partido um único nome, o do senhor Eng. Carlos Correia, que
acabamos de empossar.
De referir que a
solicitação de três nomes visava única e exclusivamente conferir ao partido
maioritário uma maior amplitude nas opções para a chefia do Governo.
Consciente dos
desafios enormes e urgentes que o País tem pela frente, decidi aceitar a proposta
feita pelo PAIGC e nomear o Eng. Carlos Correia Primeiro-Ministro, sobretudo
porque se trata de uma figura de conhecido e reconhecido mérito, cuja
experiência acumulada confere garantia de bom desempenho para as funções em que
acaba de ser investido.
De recordar que
o senhor Eng. Carlos Correia dedicou parte importante da sua carreira à causa nacional.
Foi o Primeiro Ministro das finanças da então jovem República da Guiné-Bissau, proclamada
em 1973.
Além disso,
exerceu sempre altas funções ao nível do Estado, nomeadamente de Ministro e de
Primeiro-Ministro em diversos Governos, o que lhe confere condições ímpares
para federar, em torno dos grandes desígnios nacionais, as diferentes franjas
da nossa sociedade.
Na condução dos
diferentes cargos que lhe foram confiados, sempre se destacou pelo rigor na
gestão da coisa pública, dedicação e qualidade do seu trabalho. É um exemplo a
seguir pelo seu espírito de diálogo, auscultação e busca de consensos.
Por conseguinte,
registei com apreço o facto de ter sido proposto pelo partido maioritário, pelo
que o nomeei com satisfação para o cargo de Primeiro-Ministro.
Estamos
igualmente confiantes de que existem condições para desenvolvermos um bom
relacionamento de trabalho e de colaboração, no desempenho das altas funções
que os cidadãos guineenses nos confiaram.
· Ilustres Convidados,
Com esta crise
ultrapassada, espero que todos os órgãos de soberania e instituições da
Republica tirem as devidas ilações, para que no futuro o país não volte a viver
este tipo de situação.
Por isso, é
absolutamente necessário estabelecer o respeito mútuo e uma franca colaboração
entre os diferentes órgãos de soberania e instituições da República com vista a
mobilizar todas as sinergias do país ao serviço do desenvolvimento e,
consequentemente, do bem-estar das nossas populações.
Para terminar,
quero exprimir-lhe, Senhor Primeiro-Ministro, os desejos sinceros de muita
saúde, longa vida e sucessos na árdua, mas exaltante tarefa de conduzir, mais
uma vez, um Governo rumo ao destino almejado por toda a população guineense.
Depois de muitos
anos de sofrimento e de decepção visível na degradação contínua das condições
de vida do nosso povo, traduzida em défices graves nos sectores de educação,
saúde, infra-estruturas sociais, fornecimento de energia e água potável, fazem
com que as expectativas sejam enormes sobre o desempenho do novo Governo que
deve imperativa e rapidamente apresentar resultados concretos com vista ao
suprimento dessas insuficiências.
Estou persuadido
que com as suas qualidades humanas, já largamente conhecidas, as acções do seu
Governo serão norteadas de rigor e da transparência, e que cada franco CFA a
ser gasto, será rigorosamente aplicado na satisfação das necessidades básicas e
urgentes das nossas populações.
Nestas
condições, serei o seu primeiro defensor perante a população e a comunidade
internacional e não pouparei nenhum esforço em lhe acompanhar e apoiar em tudo
quanto considerar que possa ser útil no seu desempenho enquanto Chefe de
Governo.
· Senhor Primeiro-Ministro,
Aguardo que
apresente com a maior brevidade possível a composição do elenco governamental
que irá continuar os esforços de materialização das legítimas expectativas do
nosso povo.
· Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Antes de terminar,
gostaria de deixar aqui uma palavra de reconhecimento e apreço ao Dr. Baciro
Djá e a todos quantos se disponibilizaram, com riscos e custos pessoais, a
viabilizar uma solução governativa na difícil situação política que o país
atravessava.
Todo o nosso
reconhecimento vai, igualmente, para os Chefes de Estado e de Governo da
CEDEAO, que pedimos seja transmitido pelo Presidente Obasanjo, pelo interesse
manifestado em relação à situação política da Guiné-Bissau e pela mobilização
de esforços com vista à sua resolução.
O nosso
agradecimento pessoal ao Presidente Obasanjo que, enquanto cidadão nigeriano,
serviu o seu país ao mais alto nível e que agora, enquanto cidadão africano,
está a ajudar a África e o mundo na busca de paz e estabilidade.
Que
Deus abençoe a Guiné-Bissau e ao seu povo!
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