Tropas
africanas entram na Gâmbia para dar o poder ao Presidente eleito
Adama
Barrow tomou posse na embaixada no Senegal e força liderada por Dacar anuncia
entrada no país. Sobe a pressão sobre Yahya Jammeh para passar o poder.
Tropas
lideradas por Dacar entraram na vizinha Gâmbia, anunciou o porta-voz do
Exército Abou Ndiaye, pouco depois de Adama Barrow, eleito em Dezembro, ter
tomado esta quinta-feira posse numa pequena sala na embaixada do país na
capital do Senegal.
A pequena
sala não é símbolo de que o Presidente eleito tenha pouca força, antes pelo
contrário: quem está isolado é o líder que se eterniza há 22 anos no poder
(após um golpe militar em 1994), Yahya Jammeh, que se recusa a sair do cargo.
Jammeh concedeu, num primeiro momento, a derrota nas
eleições de Dezembro. Mas voltou atrás e, alegando
irregularidades, recusa-se a deixar o poder. Barrow obteve 45,5% dos votos numa vitória que
foi descrita como “mais surpreendente do que a de Trump”, enquanto Jammeh se
ficou por 36,7%. Um terceiro candidato, Mama Kandeh, conseguiu 17,8%.
O país
esteve parado à espera do que ia acontecer depois de um ultimato da CEDEAO
(Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), que deixou claro
que poderá recorrer à força para assegurar a transição democrática de poder e
que não reconhece Jammeh como Presidente. Ao tomar posse, Barrow pediu à
comunidade internacional que "apoiasse o Governo e o povo da Gâmbia no
cumprimento da sua vontade".
A CEDEAO
tinha dado um ultimato da
meia-noite de quarta para quinta-feira para uma transição
pacífica do poder. Mas fontes citadas pela agência britânica Reuters dizem que
o verdeiro limite era o de quinta-feira, quando Barrow tomasse posse e o Conselho
de Segurança das Nações Unidas aprovasse uma resolução proposta pelo Senegal
para autorizar o uso da força. O anúncio do Senegal foi feito após a tomada de
posse mas ainda antes da votação na ONU, que aconteceu logo de seguida. A
resolução dizia no entanto que deveria ser tentada uma solução por meios
políticos antes do uso da força.
26 mil em
fuga
De Banjul
chegaram relatos de lojas fechadas, ruas vazias, com excepção de alguns
turistas em táxis – muitos saíram em voos charter organizados
pelas agências de viagens. A ONU estima que saíram da Gâmbia para o Senegal
pelo menos 26 mil pessoas por terra e a operadora Thomas Cook esperava fazer
regressar 3500 britânicos do país.
No plano
interno, Jammeh já não tem grandes apoios. Ontem, a sua vice desde 1997, Isatou
Njie, demitiu-se, segundo a agência Reuters. E nem os militares parecem querer
lutar pelo regime: “Não vou envolver os meus soldados numa luta estúpida”,
declarou o chefe do Exército, Ousman Dadjie, à agência noticiosa francesa AFP.
"Se os soldados senegaleses aparecerem, vamos recebê-los assim",
disse, fazendo um gesto de rendição.
O antigo
ministro da Defesa da Gâmbia, Sidi Sanneh, disse à televisão panárabe Al-Jazira
que haverá outra facção “que aproveitou os frutos de 22 anos de ditadura” que
poderá lutar. “Quanto? Isso ainda está para ver.” Fontes oficiais dizem que do
lado de Jammeh estão uma parte das forças de segurança e os guardas do
protocolo.
Fonte:
Público
Sobre a
situação política e militar na Gâmbia, alguém tem conhecimento da posição do
governo guineense, assembleia nacional popular, presidência da república e
partidos políticos? Quero apenas alertar para as consequências políticas,
sociais e económicas com impacto profundo na Guiné-Bissau. Por exemplo, a
questão dos refugiados e o processo de «CASAMANCE»!
Sinceramente,
é preocupante o facto de existirem problemas sérios na fronteira vizinha da
Gâmbia, as instituições da república bissau-guineense privilegiaram, neste
momento, a guerrilha interna entre o governo, assembleia nacional popular,
presidência da república e partidos políticos, descurando o Estado e o impacto
que o conflito, caso intensificar, terá na vida das pessoas!
Por: Luis Vicente
Sabe-se no entanto que na noite desta quinta-feira o presidente ditador e tirano Yahya Jammeh exonerou o governo, prometendo nomear um novo executivo num curto espaço de tempo.
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