quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Fim de linha do ditador gambiano...

Tropas africanas entram na Gâmbia para dar o poder ao Presidente eleito
Adama Barrow tomou posse na embaixada no Senegal e força liderada por Dacar anuncia entrada no país. Sobe a pressão sobre Yahya Jammeh para passar o poder.

Tropas lideradas por Dacar entraram na vizinha Gâmbia, anunciou o porta-voz do Exército Abou Ndiaye, pouco depois de Adama Barrow, eleito em Dezembro, ter tomado esta quinta-feira posse numa pequena sala na embaixada do país na capital do Senegal.

A pequena sala não é símbolo de que o Presidente eleito tenha pouca força, antes pelo contrário: quem está isolado é o líder que se eterniza há 22 anos no poder (após um golpe militar em 1994), Yahya Jammeh, que se recusa a sair do cargo.

Jammeh concedeu, num primeiro momento, a derrota nas eleições de Dezembro. Mas voltou atrás e, alegando irregularidades, recusa-se a deixar o poder. Barrow obteve 45,5% dos votos numa vitória que foi descrita como “mais surpreendente do que a de Trump”, enquanto Jammeh se ficou por 36,7%. Um terceiro candidato, Mama Kandeh, conseguiu 17,8%.

O país esteve parado à espera do que ia acontecer depois de um ultimato da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), que deixou claro que poderá recorrer à força para assegurar a transição democrática de poder e que não reconhece Jammeh como Presidente. Ao tomar posse, Barrow pediu à comunidade internacional que "apoiasse o Governo e o povo da Gâmbia no cumprimento da sua vontade". 

A CEDEAO  tinha dado um ultimato da meia-noite de quarta para quinta-feira para uma transição pacífica do poder. Mas fontes citadas pela agência britânica Reuters dizem que o verdeiro limite era o de quinta-feira, quando Barrow tomasse posse e o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovasse uma resolução proposta pelo Senegal para autorizar o uso da força. O anúncio do Senegal foi feito após a tomada de posse mas ainda antes da votação na ONU, que aconteceu logo de seguida. A resolução dizia no entanto que deveria ser tentada uma solução por meios políticos antes do uso da força.   

26 mil em fuga

De Banjul chegaram relatos de lojas fechadas, ruas vazias, com excepção de alguns turistas em táxis – muitos saíram em voos charter organizados pelas agências de viagens. A ONU estima que saíram da Gâmbia para o Senegal pelo menos 26 mil pessoas por terra e a operadora Thomas Cook esperava fazer regressar 3500 britânicos do país. 

No plano interno, Jammeh já não tem grandes apoios. Ontem, a sua vice desde 1997, Isatou Njie, demitiu-se, segundo a agência Reuters. E nem os militares parecem querer lutar pelo regime: “Não vou envolver os meus soldados numa luta estúpida”, declarou o chefe do Exército, Ousman Dadjie, à agência noticiosa francesa AFP. "Se os soldados senegaleses aparecerem, vamos recebê-los assim", disse, fazendo um gesto de rendição.

O antigo ministro da Defesa da Gâmbia, Sidi Sanneh, disse à televisão panárabe Al-Jazira que haverá outra facção “que aproveitou os frutos de 22 anos de ditadura” que poderá lutar. “Quanto? Isso ainda está para ver.” Fontes oficiais dizem que do lado de Jammeh estão uma parte das forças de segurança e os guardas do protocolo.

Fonte: Público
Sobre a situação política e militar na Gâmbia, alguém tem conhecimento da posição do governo guineense, assembleia nacional popular, presidência da república e partidos políticos? Quero apenas alertar para as consequências políticas, sociais e económicas com impacto profundo na Guiné-Bissau. Por exemplo, a questão dos refugiados e o processo de «CASAMANCE»!

Sinceramente, é preocupante o facto de existirem problemas sérios na fronteira vizinha da Gâmbia, as instituições da república bissau-guineense privilegiaram, neste momento, a guerrilha interna entre o governo, assembleia nacional popular, presidência da república e partidos políticos, descurando o Estado e o impacto que o conflito, caso intensificar, terá na vida das pessoas!


Sabe-se no entanto que na noite desta quinta-feira o presidente ditador e tirano Yahya Jammeh exonerou o governo, prometendo nomear um novo executivo num curto espaço de tempo.  

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