domingo, 8 de maio de 2016

H O M E M K A K R I =====

JÁ OUVIRAM FALAR DELES OU NÃO?
Há quem diga que o rescaldo da luta armada e as barbaridades que foram cometidas, depois da independência até aos dias de hoje, deram origem ao novo tipo de homem guineense, o tipo de homem que denomino de HOMEM-KAKRI – uma espécie raríssima nos outros pontos do globo, mas que, infelizmente, tem vindo a multiplicar-se, à velocidade da luz, na sociedade guineense.

É uma espécie que não se contenta em puxar o outro para baixo, quer mais, sempre muito mais, por isso, depois de colocar o outro por baixo, pisa-lhe e cospe-lhe, numa deliberada acção de humilhação e clara demonstração de força que a circunstância lhe confere. Mas, na verdade, o homem-kakri é tão oco que mesmo espremido até ao graúlho não deita uma única gota do saber. Ainda assim, essa espécie tem vindo a fomentar medo e terror, intriga e o silêncio na boca do povo, para que, esse último, não queira sequer sair das trevas onde a maior parte se encontra. Para não ser mal interpretado, no momento do conflito, refugia-se no silêncio. Escusa dar a sua opinião e de apaziguar para que no final de tudo fique bem com ambas as partes.

O advento da democracia, aliás, escravaditacracia, veio multiplicar o número do homem-kakri e simultaneamente a anarquia que nasce com essa espécie que tenta a todo custo ser adorado, admirado e idolatrado, como se de um Deus tratasse, por isso, sonha construir o castelo no meio da miséria! O homem-kakri não tem a mínima capacidade de imaginar que as ondas da maré cheia acabam com os castelos de areia num abrir e fechar de olhos.

A pergunta é como acabar com o homem-kakri?

É sabido que a Guiné-Bissau é um paciente de extrema paciência, com todos os diagnósticos feitos, faltando apenas começar o inadiável tratamento, sob pena de entrar numa coma político-social profunda!

Todos sabemos que urge a mudança colectiva de mentalidades, não apenas no seio da classe política, mas também, na população em geral. Também é do conhecimento geral que a necessária mudança de mentalidades é um processo moroso. Portanto, o apelo que lanço a todos os jovens, principalmente os da minha geração é da nossa participação mais directa na política activa - militando nos partidos, se for necessário – porque de fora, todos os nossos intentos serão simplesmente inglórios – de outro modo continuaremos neste misto da ditadura, escravatura e a democracia, o que resulta naquilo que chamo da ESCRAVADITACRACIA!

É urgente uma participação compacta de novos valores (mais pessoas honestas e competentes) na arena política, para travar o fenómeno Homens-Kakris na sociedade guineense, pois, das mãos dos diabos não se espera milagre!

Por:  Emílio Lima Poeta

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