quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Refresh...Nona Legislatura-Metamorfoses:



Por mais que tentemos reinventar regimes e modelos para uma perfeita governação não creio de todo que resolva as crises cíclicas, ou seja tal como o problema das convulsões e alterações da ordem constitucional não residia e nunca teve a sua génese nos quartéis (tanto que muitos, como eu, acreditavam que eram "eles"), tampouco da constituição e das leis (já que ta difícil culpabilizar os militares, é fácil por as culpas na constituição), ou do sistema.

"Se errar é humano, errar e deitar as culpas nos outros é mais humano ainda"

Acredito que os nossos governantes e políticos é que (ainda) não aprenderam a articular as leis com a governação. Existem dificuldades das pessoas em conviver com os poderes que lhes são atribuídos. 

Existe pouca cultura de deixar legados sociais para gerações vindouras, noutras paragens são sinónimos de grandeza...

Saídos duma transição desgastante, penso que o actual presidente, não conseguiu gerir os interesses do país face as disputas internas do PAIGC,( o partido que "venceu" as eleições de 2014), todos os partidos têm disputas intestinais, mas de forma democrática na mesma, depois das eleições todos orientar-se-ão pela corrente "vencedora"-assim funciona em democracia!).
O presidente do partido vencedor das eleições, constituindo um governo que na altura foi apelidado de "o governo possível" e carregado de um incontornável espectro de remodelações.

Confrontado com as clássicas chantagens dos militantes ditos "influentes" no partido, o partido, na pessoa do seu líder e dos seus órgãos estatuários, viu se obrigado em assumir a liderança disciplinarmente perante divergências de posições e de opiniões e em favor da vontade da maioria dos militantes (admitindo que 15 militantes-deputados, não representam, de nenhuma forma, lógica e matematicamente, a maioria dos outros 42 militantes-deputados), para não falar dos que votaram para que o partido fosse tido como vencedor das eleições de 2014.

Os 15 militantes, não só discordaram e atraiçoaram as directrizes e a vontade de um grupo maioritário de um partido, mas sim também da maioria dos que votaram. Pois de um lado absteram-se quando a orientação do BP e o CC que era votar SIM, depois decidiram contra as orientações dos mesmos órgãos estatutários fazerem parte de um governo instituído inconstitucionalmente (In acórdão 1/2015).

Enquanto isso, na ansiedade de granjear aliados alegando uma luta sem tréguas contra a corrupção e rumo ao desenvolvimento, o PR barricou-se na presidência, curiosamente com os "pesos pesados" da corrente "perdedora" do congresso do mesmo partido, não o ajudou muito, pois fechou-se aos diálogos ("...mesmo que mudassem todos os membros a coabitação seria impossível a co-habitação entre ele e o PM.."-porquê não? Quando que o momento político e social assim o exigia) "fechou-se" face à interactividade com o executivo, com a população...aguardando...

Entre vários episódios, vividos antes da daquela famigerada reunião da ANP, uma coisa que sempre me intrigou e ainda me intriga que nem um enigma, foi que:

Lembro-me que houve um clima de crispação; primeiro entre o presidente da ANP e ministro das finanças, sobre os gastos ou aumento do salário dos deputados da ANP, depois foi entre o Presidente da Republica e o da ANP, sobre o uso da escolta, uma espécie de presidência aberta, certo!?

Volvidos alguns dias vai o próprio PR, alegadamente para "confidenciar" ao presidente da ANP de que existia e ponderava, a hipótese de derrube de governo ( que nunca foi sua intenção, segundo suas posteriores declarações) e que depois deu no que estamos a viver hoje. O que não entendo é, como é que logo depois de teres de ter um desaguisado com alguém, e justamente a essa pessoa a quem vais confidenciar um assunto tão delicado!? Tipo: estou pensar derrubar o governo, que achas!?

Alegar "...grave crise institucional"? Um discurso carregado de acusações, o "tal"das interpretações do T.O.F.E...

Nunca vai encaixar em mim, pois a altura exigia maturidade, diálogos e concertações e respeito pelo povo que tanto clamou por ponderação e que não foi tido em conta - foi um golpe rude.

Meus caros, existe um artigo assim na constituição, sem dúvida, que pode ser evocado por uma única pessoa em cada legislatura com base na sua avaliação da realidade, mas com certeza se usaria em ultima instância e de forma consertada.

Lá por se ter licença de porte de arma, não significa que a podes usar como bem entenderes, por exemplo, nas pessoas, de cada vez que se sentires ofendido. Dá nisto!!!

Estamos a provavelmente a dois anos das próximas eleições, perdemos um ano inteirinho, após as promessas dos investidores, a trocar "mimos" e esgrimindo intelectualidades fúteis, e agora com as imperiosas engenharias e configurações da ANP, muitos acreditam que assim o assunto fica arrumado, saímos finalmente da crise...outros não pensam assim.

Terá o PR moral para derrubar algum governo no caso de não estiverem na mesma orbita e caso for realmente necessário? Creio que não.

O PR terá mesmo um animo e meio para entrar em sintonia com o chefe de governo, porque depois dai, um ano sensivelmente, qualquer governo que estiver em funções, pelo que diz a constituição (06 meses antes do fim da legislatura...), ninguém terá o poder constitucional para o derrubar em caso de grave crise - a não ser os suspeitos de costume - é um enorme desafio para todos nós - e mesmo que estejam a delapidar desenfreadamente o pais, teremos todos que engolir em seco, pois o PR, tal como todos nós, estará de mãos atadas...

Confesso que apesar dos pesares, até 12/04/2012, senti sinais de que era possível, ventos de mudança...com o próprio e actual presidente da Republica, enquanto ministro das finanças...

Até agosto de 2015, com DSP reavivava-se de novo essa esperança...ou ainda um pouco melhor...

De resto, só resta mesmo reacender a esperança nas próximas eleições, quem sabe será mesmo dessas...

• Apreciei/aprecio a intelectualidade do DSP
•Apreciei/aprecio imenso a atitude das forcas armadas.
•Apreciei/aprecio o desafio imposto ao sistema judicial.
•Apreciei/aprecio a Taciana, o Midana e os Djurtos.
•Apreciei/aprecio o envolvimento e a cidadania de todo um povo.
Acreditem que evoluímos...muito pouco, mas evoluímos...

Sinceramente,

Digo eu...relembrando meus dizeres...

Por: Péricles Robalo (Yco)

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