quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Guiné-Bissau: Uma Nação Envergonhada


Hoje é o dia 20 de Janeiro, o Dia dos Heróis Nacionais. 
 
O dia que deveria constituir um marco de união em homenagem aos que deram as suas vidas, as suas juventudes e os seus esforços incondicionais para a nossa soberania, transformou-se num dia de vergonha nacional.

Nas homenagens que tiveram lugar na Fortaleza da Amura, as autoridades nacionais demonstraram aquilo que pode ser considerado de apogeu da segregação institucional.


A Presidência da República e o PAIGC estiveram de costas viradas, tendo o Governo por meio. Simbolicamente, acabamos por desrespeitar as almas dos que tombaram nas matas de Guidaje, de Quiledje, de Tite, de Forêa, de Boé; nos rios de Geba, de Farim e de Corubal, etc., etc.

O Presidente da República, José Mário Vaz, presidiu uma, rodeado de um grupo dos antigos combatentes da liberdade de Pátria.

Mais tarde o Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, presidiu a outra, juntando outros camaradas do partido, ao lado de uma outra parte dos antigos combatentes. Os membros do actual governo de Carlos Correia não tiveram uma outra opção, que não fosse presenciar as duas cerimónias.

E na Assembleia Nacional Popular já sabemos que ela já se encontra dividida (46-56). E as duas partes já não falam. Aliás, a ANP encontra-se sediada faz dias. Este não foi certamente o sonho de Amílcar Cabral, 43 anos depois do seu assassinato e 42 anos depois da nossa independência.

Uma Guiné-Bissau divida, segregada, triste e envergonhada. Mas, acredito que Amílcar Cabral e milhares doutros heróis nacionais não morreram em vão. Um dia este país maravilhoso da África Ocidental reencontrar-se-á -- com ou sem esta geração pós-independentista.
Que Deus nos abençoe.

Por: Umaro Djau

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