Hoje é o dia 20 de Janeiro, o Dia dos Heróis Nacionais.
O dia que deveria constituir um marco de união em homenagem aos que deram as suas vidas, as suas juventudes e os
seus esforços incondicionais para a nossa soberania, transformou-se num dia de
vergonha nacional.
Nas homenagens que tiveram lugar
na Fortaleza da Amura, as autoridades nacionais demonstraram aquilo que pode
ser considerado de apogeu da segregação institucional.
A Presidência da
República e o PAIGC estiveram de costas viradas, tendo o Governo por meio.
Simbolicamente, acabamos por desrespeitar as almas dos que tombaram nas matas
de Guidaje, de Quiledje, de Tite, de Forêa, de Boé; nos rios de Geba, de Farim
e de Corubal, etc., etc.
O Presidente da República, José
Mário Vaz, presidiu uma, rodeado de um grupo dos antigos combatentes da
liberdade de Pátria.
Mais tarde o Presidente do PAIGC,
Domingos Simões Pereira, presidiu a outra, juntando outros camaradas do
partido, ao lado de uma outra parte dos antigos combatentes. Os membros do
actual governo de Carlos Correia não tiveram uma outra opção, que não fosse
presenciar as duas cerimónias.
E na Assembleia Nacional Popular
já sabemos que ela já se encontra dividida (46-56). E as duas partes já não
falam. Aliás, a ANP encontra-se sediada faz dias. Este não foi certamente o
sonho de Amílcar Cabral, 43 anos depois do seu assassinato e 42 anos depois da
nossa independência.
Uma Guiné-Bissau divida,
segregada, triste e envergonhada. Mas, acredito que Amílcar Cabral e milhares
doutros heróis nacionais não morreram em vão. Um dia este país maravilhoso da
África Ocidental reencontrar-se-á -- com ou sem esta geração
pós-independentista.
Que Deus nos abençoe.
Por: Umaro Djau
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