quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

POLÍTICOS DE VERGONHA E POVO HUMILHADO!

 
O povo guineense assiste passiva e impotentemente a mascarrada dos políticos que se comportam em autêntica banda de “criminosos” neste país empobrecido. A atual crise demonstra até que ponto esses senhores estão dispostos a disputar o poder em detrimento de sacrifícios de quase dois milhões de almas. É dolorosa esta tamanha falta de respeito para com o povo, o único detentor do poder. Mergulhados numa arrogância cega, os políticos não ouvem e nem respeitam a ninguém e a consequência de tudo isso é o abismo a que todos nós assistimos hoje.


A atual crise política podia ser evitada se houvesse o bom senso, o respeito e a vontade de diálogo. Infelizmente, a cultura da anarquia, de “matchundadi” suplantaram todos os valores éticos e morais que devem sustentar o exercício saudável da política. E nisto, há que se atribuir devidas responsabilidades.

O principal responsável perante este descalabro colectivo, na nossa opinião, é o Presidente da República que, em vez de ser um verdadeiro árbitro e promotor de diálogo entre diferentes partes, preferiu integrar a orquestra de conflitualidade e arrastar o país para o abismo. Sendo parte de problema, o Chefe de Estado vê limitada a sua margem de manobra enquanto garante de estabilidade e de unidade nacional. O Presidente falhou de forma flagrante! Um Presidente não deve pertencer ou aproximar-se a uma ala – sob pena de não inspirar confiança outra(s) ala(s) em conflito.

José Mário Vaz deve imperativamente sair hoje do silêncio a que se remeteu e redefinir a sua visão de liderança de Estado. De Chefe de Estado. É urgente ao Presidente abandonar a lógica de cumplicidade, de conflitualidade, de confronto em detrimento da lógica de construção de amplos consensos através de diálogo constante entre diferentes atores nacionais. Só isso trará a concórdia e abrir caminho para a reforma política profunda neste país. Qualquer que seja a mudança, não se faz com o medo nem com a força.

Este país não pode avançar com a lógica de confronto que sistematicamente assassina quaisquer esforços e iniciativas positivas com vista a criar condições para o progresso. Este país já experimentou todas as formas de crises e é tempo de corrigir e avançar. A roda já foi inventada, não há nada mais por fazer.
A solução para atual impasse resultar-se-á obrigatoriamente pela mudança de atitude da classe política através da tolerância, do respeito mútuo e sobretudo do diálogo. Os conflitos sempre existirão e é na concertação permanente onde reside a fonte do remédio da convivência sã. Só quem entende esse preceito pode integrar a lista de políticos bem sucedidos na política, no conceito da democracia – do povo, para o povo e com o povo.

O Povo guineense aspira viver em paz e experimentar o progresso a que tem direito. É inadmissível que o grupo de indivíduos continue a criar obstáculos à realização deste sonho merecido. Basta de política de “barriga cheia”, de anarquia e miséria do povo!

Este país merece uma classe política melhor que esta que tem. Há que ter respeito para com o povo. Brincar com o povo é perigoso. A história já demostrou!


Nota do Editor

Logo que li este magnífico editorial do jornal “O DEMOCRATA” capitaneado pelo António Nhaga, grande profissional da arte de informar e fazer jornalismo guineense a sério, lembrei-me, deste outro jornal, “ÚLTIMA HORA” do também feroz profissional Athizar Mendes Pereira, que peço carecidamente, a sua participação no espaço virtual. 

Sempre gostei das primeiras páginas do jornal "Última Hora". Neste por exemplo, nota-se no tempo, o desfasamento entre o discurso e a AÇÃO de duas figuras da atualidade política. E por outro lado, nos acalentam com o recado de esperança, vendo um dos maiores pensadores da atualidade africana que é, um bom FIDJU que a Guiné deu ao Mundo. 

A Guiné vai conseguir vencer esta nova onda gigante provocado pelos draconianos absolutistas, e surfar nas boas praias da razão. Nota-se que todos já deram conta que o "Rei vai nu", todos, menos a claque das intrigas palacianas da nossa (res)pública. Ao que isto chegou, pela falta de bom conhecimento, no manuseamento da arte de fazer política.  

Sem comentários:

Enviar um comentário