segunda-feira, 12 de outubro de 2015

POLÍTICA E GOVERNO COMO CONSUBSTANCIAÇÃO

Por que o Presidente da República e atual Chefe de Governo não concebem a política e o governo como consubstanciação?
Mais uma vez, tensões desafiadoras nos interpelam. O Presidente e o atual Chefe de Governo não querem “largar o osso”. Ambos voltaram às manchetes dos principais jornais nacionais e do mundo em decorrência de disputa pela supremacia e pelo controle de poder na Guiné-Bissau. 
Ocorre que, embora o anterior Chefe do Executivo parece ter sido destituído ilegalmente devido à rebeldia do Presidente, atualmente enfrentando uma situação política delicada dentro do seu próprio partido, o braço de ferro entre o Governo e a Presidência, tal como se confira no atual contexto do país, parece exagerado. 
Em política é preciso negociar e consubstanciar interesses para corrigir o rumo, persuadir a comunidade nacional e internacional, trabalhar e atrair investimento público e evitar uma crise maior. A democracia de “soma zero” (governa quem receber mais voto), e/ou a democracia das regras do jogo formais e constitucionais que regem teoricamente o Estado de Direito, que serviu de fundamentos jurídicos para destituição de Domingos Simões Pereira, alegando também motivos pessoais, são insuficientes no momento atual em que o país se encontra. 
Como o sofrimento guineense aumenta, os políticos, os partidos, o presidente, a sociedade civil e o governo devem ceder, a fim de ultrapassar as tensões, tentar salvar o país, salvar a governabilidade, salvar a paz interna e compensar o estrago enorme que mina a soberania interna e a legitimidade de qualquer governo, de qualquer estado, de qualquer sociedade civil.

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