Afastando-se um
pouco do valor inestimável que cada um nutre e da qualidade imaterial de um país,
quero dizer, sem pensar em preços, custos e benefícios, mas, verdade seja dita,
passaram 24 dias e, a governação na Guiné-Bissau está fechada para férias.
A caracterização desta
realidade é feita em off-records por alguns funcionários públicos, sobretudo,
os que têm labutado no palácio do governo, onde está apenas um único membro do
executivo que por sinal também é, PM em exercício, uma secretária, um
conselheiro e um gabinete (o antigo donde nunca saiu). O ambiente é
fantasmagórico, resumindo.
“Nada é igual à tudo”
disse um mais-velho numa conversa amigável, há dias. A sensação de liberdade
insuficiente, que combale no ambiente psico-social e político de Bissau é
típico. “Lembras-te daqueles novos termos justificativos, no crioulo urbanos como:
e alguin bunitu, mal…toka-tchur kuri diritu, mal…ambiente di runion sta sabi,
mal…mas isso há de acabar um dia” fechou o mais-velho.
Tudo continua num
profundo e sereno stand-by à moda guineense. Desta vez, tirando algumas
psicoses, o momento demonstra uma qualidade positiva ao nível do diálogo, estes
dias.
Partilho da opinião
que a mediação dos religiosos está a surtir algum efeito, se termos em conta
que, são provavelmente as únicas instituições NEUTRAS e DESPOLITIZADAS
existentes no país, sem tirar o mérito e a forma de lutar pelo país das outras.
O país vive
“sequestrado” e espera uma decisão da classe judicial, que vai há caminho dos
15 dias anunciados. O costume e a tradição se olharmos pela janela do tempo,
sintetizando, às decisões no passado dos nossos agentes da justiça, não deixam dúvidas
do caráter político que domina a classe, no momento das sentenças. Tomam parte
sempre dos que têm o poder de fato e de jure.
Começando, pelo
mínimo esforço comum, manifestado até agora pelo Ministério Público. Só os
distraídos, alienados e hipócritas se deixariam enganar pela tamanha
notabilidade e, à “máxima importância” que se está a dar ao processo, que é
tudo menos, um “caso”!
Muitos dizem
tratar-se da satisfação do EGO, com sabor à vingança de alguns magistrados, justificam,
com a desastrada investida do ex-executivo, contra à classe. Afinal no PGA
existem apenas em investigação processos que envolve apenas 3 membros do
governo e não os 12 “apóstolos” criados pelos boateiros e arruaceiros de
serviço.
Tranquilamente, em
tom jocoso, o PGR rematou nos microfones da imprensa há duas semanas, ter dificuldades
de reunir o plenário (não se esqueça @ leit@r que, desfelizmente, estamos atravessando
o período “vacances”) devido às “férias judiciais”.
Portanto, o país
“está em férias” por muito que não se queira entender. Atenção, o direito dos
magistrados ao descanso, depois de um ano desfastioso e com muito destrabalho,
não se questiona.
Por isso, espera-se
com paciência de aço, o imbróglio jurídico, até porque este frenesim provocou
inegáveis sinais de que, por detrás de toda a sobriedade da justiça guineense,
está, o afável braço de política tendenciosa.
A imparcialidade é
uma falsa questão num país como a Guiné, isso em todas as áreas, se quisermos
ser honesto pelo menos uma vez e, assumirmos, a nossa gáudiosidade coletiva
nesse aspeto. Lamento dizê-lo, mas é a verdade!
Resta saber como irão
lidar com esta situação e saber, como convencerão o Povo. Saindo um pouco das
águas da emoção do momento, nota-se que estamos perante mais um, dos mesmos
problemas políticos que retratam, os últimos 42 anos da Guiné “independente”.
Acreditando que na próxima semana, o país deixará de ser refém da classe política,
apetece perguntar:
Será que neste
andar, a data da independência será comemorada na desgovernança?
À maneira de
comunicar com o Povo é um exercício estratégico, que precisa ser melhorado, ou
não?
Criar uma abordagem,
original, para o tema clássico de pendor presidencialista, no exercício de
poder é a questão do momento, ou não?
Haja, revisões
constitucionais, referendos ou mesmo eleições, antes de qualquer tomada de
posição no estilo de governar. Aqui não há ESTILOS, não inventem. O pacto
eleitoral com o Povo no último escrutínio foi timbrado com promessas de
estabilidade (não derrubar ninguém), paz e desenvolvimento do país,
independentemente, do período das férias de cada um...
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