terça-feira, 1 de setembro de 2015

E oxigénio para a Guiné???

A minha alma está armada e apontada para a cara do sossego…Paz sem voz(bis) não é paz é, MEDO…” in “Minha ALMA” O Rappa

Depois de praticamente um ano de apatia, o PR Jomav está  ativo mais do que nunca. Visitou numa assentada, três hospitais. Começou pelo hospital Simão Mendes, depois passou pelo Hospital Raul Follereau e por fim esteve no Hospital de Kumura. Depois deste pequeno périplo por Bissau, talvez esteja na hora de uma presidência aberta, à tal, prometida para o primeiro ano de mandato, durante a campanha eleitoral. Uma promessa que até então não foi cumprida como deve lembrar…

Vamos lá a estória que começa assim: o Chefe de Estado saiu finalmente do palácio da república, depois de uma ausência muito estranha em atos públicos. Nem falarei do descaso verificado no dia 3 de agosto, mas também não foi, por exemplo, ao estádio 24 de Setembro (espero que no próximo sábado não falte ao jogo da seleção nacional no mesmo estádio) para assistir a final da taça da Guiné, como estava programado. Para quem viu o aparato de segurança que acompanhou o PR ontem pelas ruas da capital, ficou de certeza com a sensação, de rever imagens dos tempos idos dos anos 80, onde para além das AK47, bazucas e RP17 faziam parte da escolta armada até aos dentes e preparada para uma “guerra” se for preciso.  

Estas visitas inesperadas, do PR Jomav aos hospitais foram consideradas em alguns círculos políticos, como um “finalmente a raposa saiu da toca”. Realmente se formos analisar a atividade governativa do PR, neste primeiro ano de função, encontramos um deserto de ações. Foram pouquíssimas visitas oficiais, algumas participações em cimeiras regionais, “mesa redonda” e no território nacional, apenas tem-se como registo a inauguração do tique de Kpur na região de Biombo. Reservo para outra oportunidade o foco sobre a ligação política “umbilical” com esta localidade dos meus parentes pépeis.
Ainda para alguns analistas, as visitas feitas ontem aos hospitais pelo PR, não passam de uma demonstração clara, do papel interventivo que o Chefe de Estado tem no seu código genético político. Finalmente, o homem está dando razão, aos que sempre consideraram que PR Jomav daria mais para primeiro-ministro do que para presidente da república.

Muitos vão mais longe na observação e, dizem que, tudo não passa da busca desenfreada do “populismo barato” e sinais claros de uma presidência que pretende definitivamente MANDAR na ação governativa com intervenções concretas e diretas, ao invés de estar barricado no palácio, saindo apenas, para cortar fitas.

Outros tantos ainda perguntam: “onde estava o PR Jomav para só agora descobrir que os hospitais têm carências infindáveis?” Não se esqueçam que durante a visita da sua alteza o rei de Marrocos o PR esteve no HSM. M’bom. E podem contar que apoiarei o Chefe de Estado se as próximas visitas forem para verificar as estradas de Bissau e, apoiarei mais ainda se ele falar da colonização da empresa libanesa Areski nas obras públicas guineense. Se a visão da coisa é, mostrar as obras desfeitas do ex-PM DSP.

Partilho da opinião de que uma visita desta natureza e, sobretudo, aos hospitais são sinais fortes de solidariedade e compaixão para os que sofrem de algumas enfermidades, mas, a única coisa que não percebi foi o fato, do PR Jomav ter que ir comprar pessoalmente oxigénios para os doentes internados no HSM. E já agora, digam-me:

Está para quando o “oxigénio” para o quadro clínico da Guiné que vai em duas semanas de ingovernabilidade?

N’punta nan dê!!!         

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