País desfocado. A única coisa que é certa nesta
vida é: de tédio o Guineense não morre. Gramsci dizia que crise é quando o
velho já morreu e o novo ainda não pôde nascer intervalo durante o qual ocorrem
as mais diversas expressões mórbidas.
Quando penso que já vi e ouvi de tudo, acontece
sempre algo, que supera tudo. O pandemônio, a bagunça, a trapalhada e a
desordem no ambiente político nacional fizeram-me lembrar de uma cena divertida
e ácida do filme de Woody Allen “Desconstruindo Harry”.
Nela, um personagem desnorteado pela
incompreensão total sobre tudo e todos declara que o mundo está fora de foco.
O interlocutor, responde que a vida anda
igualzinha; que o tal personagem precisa simplesmente de óculos para corrigir a
miopia. Os óculos eram a solução para a visão distorcida da realidade.
Pois bem, faz um tempo, que procuro uma lente
capaz de pôr fim à deficiência que me priva de ver com nitidez a GB. Num
momento da nossa História recente cruzamos a fronteira do ridículo. Não
satisfeitos, seguimos adiante.
Estamos, agora, a léguas de distância do
caminho da racionalidade. E pior, sem um mapa que a ele nos devolva. Perdeu-se
o foco. Óculos precisam-se.
Por: Fatumata Jau
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