O
Conselho de Segurança das Nações Unidas deslocou-se hoje à Bissau para pedir as
autoridades guineenses que deixem funcionar normalmente as principais
instituições da república e que as leis do país sejam aplicadas, disse o chefe
da delegação, o diplomata angolano, Ismael Martins, no balanço da missão que
durou pouco mais de cinco horas.
“Ninguém
está acima da lei e penso que com estas palavras todas, saímos com a sensação
de que com mais paciência, com mais procura e abertura, encontraremos uma saída", salientou.
A
delegação manteve em Bissau vários encontros com as autoridades guineenses com
quem, Ismael Martins, disse ter abordado a necessidade de ultrapassar o impasse
a bem do povo e para beneficiar dos apoios da comunidade internacional.
De
acordo com Ismael é preciso que os partidos políticos, Assembleia Nacional
Popular, respeitam as regras, cumprem as normais e aplicam as leis básicas para
garantir o normal funcionamento das instituições e cumprimento da actual
legislatura.
"Eu
penso que agora vamos deixar as instituições funcionar. Os partidos têm de
funcionar. Onde houver incumprimento das regras dos partidos, é preciso que
eles saibam aplicar aquilo que são as suas próprias normas, para que sejam
legitimados e o Parlamento a mesma coisa. As regras têm de ser cumpridas, são
regras básicas", afirmou Ismael Martins.
Aos
jornalistas, Ismael Martins disse que vê a maturidade política nos políticos e
a vontade de ser ultrapassada a crise. O angolano deixou claro que o Conselho
de Segurança não apresentou nenhuma solução para a saída da crise.
"Nós
não impusemos nada a ninguém. Nós queremos regras, queremos cumprimento da lei
e justamente o combate ao incumprimento da lei e das normas. Só se vê investir
em países onde há normas e onde há regras", garantiu.
Por outro
lado…
O
Movimento Cidadãos de Mundo, liderado pelo Jornalista da televisão pública
guineense, Tony Goia, entregou hoje aos membros do Conselho de Segurança da ONU
uma petição em que solicita que as Nações Unidas venham a governar a
Guiné-Bissau durante os próximos cinco anos.
"O
problema da Guiné-Bissau é a crise de liderança. Fazem-se mil eleições e a
crise vai continuar. Os políticos da Guiné não pensam no povo, mas sim nos seus
interesses. Vê a ostentação que fazem a olho nu, mas o povo vive na miséria.
Queremos que a ONU administre o país", referiu.
Por: Braima Darame
CRISE POLÍTICA GUINEENSE AINDA SEM SOLUÇÃO A VISTA
“O povo da Guiné-Bissau precisa de um país estabilizado com os seus
problemas a serem resolvidos, com um Governo a governar, um Parlamento a
exercer de forma cabal o seu papel. ”.
Opinião do Chefe da Missão do Conselho de Segurança da ONU em Bissau, após ter
reunido com o PAIGC, PRS, Governo, ANP e o Presidente da República, José
Mário Vaz.
Ismael Abrão Gaspar
Martins que falava em jeito de balanço no aeroporto de Bissau,
afirmou terem saído com a primeira conclusão, ou seja, os guineenses e o povo
da Guiné-Bissau ganhou muita maturidade política que deverá nortear a
procura da saída a crise:
"As regras básicas devem ser cumpridas porque
ninguém não está acima da lei. É preciso estar juntos deixar as
instituições e o partido a funcionar.” disse
O Embaixador defende
que a ONU está mobilizada em ver a Guiné-Bissau acertar os passos, sem
extremos, e que isso permita alinhar-se e avançar, "pôr o país a crescer" porque segundo o diplomata, "o que se passa em Bissau não é uma
crise, é apenas um desacerto de posições" que deve ser ultrapassado pelos
próprios guineenses.
Por: Lai Baldé
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