Ilustração: Teresinha Vaz
Eram
11 horas da manhã, quando o meu herói depois de tanto resistir as vicissitudes
da malvada doença que o fustigava há vários meses
nos largou, deixando em mim uma indelével memória da simplicidade de um pai que
sempre presou pelos seus filhos e deu melhor de si para a sua educação.
Pai
querido, ser-te-ei eternamente grato por tudo que fizeste por mim, para que
hoje possa ostentar o caráter de um verdadeiro homem. Graças aos teus
ensinamentos.
Ensinaste
a amar a nossa terra, a Guiné-Bissau, a ser nacionalista, a ser trabalhador, a
ser honesto..., enfim, um conjunto de atributos, que não fui capaz de assimilar
totalmente.
Obrigado
meu herói, Sr. João Vaz, como te chamava com tanto respeito e admiração.
Que
a terra seja leve ao meu herói e Deus lhe abençoe um canto na gloria.
Te
amo.
Bissau,
21 fevereiro de 2016
Por: Carlos
Vaz
Com este ilustre filho da Guiné,
um polon garandi ku kai e com ele, a perda de uma fecunda biblioteca. Ainda em
Dezembro Homi Garandi deu-me o privilégio de uma audiência, num país em
que gosi ninguim ka tem tempu pa si kumpanher.
Fui lá à Casa du Kupul, ao
casarão, ver o Lantindam. Como sempre, falamos muito das coisas, do presente,
mas tambem dos assuntos do passado da nossa terra.
Djom Bas
é um gigante, o garandi que nos lembra João Rosa, José Lacerda, Duarte Mbana,
falecido Tata, ou seja, a outra escola do nacionalismo guineense, aquela
incompreemdida e desmerecida, até nos encontarmos encalhados neste Banku di
Reia, sin direita nin esquerda.
Anós fidju di si N’sibiba, netus
di galinha gassalidur e di galinha purké ku kundo kakare na Kumeré. Mas, Deus
tem.
Paz à tua alma, meu tio. Pa Deus dau diskansu eterno. Sentidas mantenhas di tchur à familia enlutada.
Por: Huco Monteiro
Nota do Editor
Faço
minhas as palavras do mano-velho, Huco!!!
HOMI GARANDI, nha tio Djom Bas, descansa em PAZ!!!
Condolências
a toda a Família!!!
Soube tardiamente do passamento fisico do meu padrinho. O homem que na base da amizade com meu pai, Filipe Diamantino Lofuna Gomes Jorge, amizade nascida da Cadeia de S.Nicolau, transformaram essa amizade em algo mais forte (irmandade). Essa irmandade que não durou porque os caminhos foram separados. Em 1975 meu pai deixa Portugal carregando na bagagem o sonho de uma Angola independente. Esse sonho não durou tanto, pois a guerra civil o fez esvanecer. E meu pai falece em 1981 ainda eu pequenina. Ficou a mamae, nos contando tudo o que aconteceu antes. E dessas grandes e longas narrativas, fica bem fixado o nome deste grande Nacionalista da Guine Bissau JOAO VAZ e sua esposa PERPETUA, meus padrinhos. Procurei contacto toda a minha vida, e agora que com as redes sociais, estava perto de chegar, descubro que TUDO O TEMPO LEVOU. Passam os homens, mas suas boas obras permanecem e ali se encontram suas impressões digitais. Nelas nos revemos e fazemos a nossa historia. A lagrima que cai no meu rosto, não somente sincera mas cheia de orgulho por este grande nacionalista ter feito parte da historia da minha família, e sobretudo da minha. Repouso eterno, um bom combate e vencido, isso sim meu padrinho merece. Fica em dentro dos nossos coracoes doridos, as impressões digitais de vossa existência, saber, amor e sobretudo amor a Patria.
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