Tenho razão de
sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.
Poema ika di mi
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.
Poema ika di mi
Por: Mussa Sani
Nota do Editor
Completou ontem 23 de janeiro um ano do desaparecimento físico do Professor Doutor
Fafali Koudawo
o primeiro reitor da Universidade Colinas de Boé e coordenador da iniciativa
Voz de Paz, uma organização da sociedade civil que milita na promoção dos
valores da PAZ na sociedade
guineense.
Aos
60 anos de idade o intelectual guineense de origem togolesa foi uma perda irreparável
para a nossa sociedade e para África. Muito
destacado no seio da classe intelectual, Koudawo chegou à Guiné-Bissau no
início da década 90. Foi investigador sénior no Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisa (INEP).
Em
24 de Setembro de 2004, com o inseparável amigo João José Silva Monteiro (Huco
Monteiro) lançaram o projeto que viria a ser a primeira instituição privada de
ensino superior na Guiné-Bissau, Universidade Colinas de Boé.
Sem comentários:
Enviar um comentário