O
cargo do Procurador-Geral da República (PGR), e ainda mais o do Presidente da
República, exigem dos seus titulares uma prática e moralidade absolutamente
irreprovável, e em cima de quaisquer suspeitas.
Os
ruídos vazios de conteúdo do José Mário Vaz são pura areia para os olhos (e sem
dúvida também para os ouvidos e os cérebros) dos menos atentos. Porque antes de
tudo ele José Mário Vaz é o primeiro indiciado da nação, não apenas o primeiro
magistrado da nação. José Mário Vaz é o primeiro Presidente da República que
está a exercer a função na qualidade de indiciado por crimes de corrupção.
O
JOMAV hoje fala em despesas não tituladas e extra-orçamentais., convido a ANP e PGR à
irem ao Ministério das Finanças averiguar, vão descobrir que era prática de
dia-a-dia do homem quando era ministro, razão pela qual não existe nenhum
registro do que foi feito com o dinheiro de Angola.
Por
isso, no seguimento dos argumentos sucessivos do presidente José Mário Vaz a
favor da luta contra a corrupção e outras supostas práticas duvidosas, torna-se
imperativo que:
1) Que o Parlamento convoque o novo PGR António Sedja Man para que ele venha se
explicar à frente da representação popular sobre as suspeitas de desvios de
fundos que pendem sobre ele, nomeadamente aquando da passagem do mesmo, no Ministério do Interior, no tempo de Koumba Ialá e também aquando da sua passagem
na Comissão Nacional das Eleições (CNE). Para além dessas explicações, o novo
PGR deve dizer claramente quando e como vai mandar investigar a sua própria
pessoa sobre estes factos e se necessário ser indiciado.
2)
Por uma questão de moralidade pública, José Mário Vaz deve obrigatoriamente ser
coerente com ele mesmo, depois de tantos e contínuos ruídos da sua parte contra
a corrupção. Isto significa que, para ser minimamente credível, José Mário Vaz
devia pôr de imediato o seu lugar à disposição e ir enfrentar a justiça do seu
país no principal caso de corrupção que pende sobre a sua pessoa, ou seja o
desvio dos 12 milhões de dólares.
Só
e somente se for ilibado no seu julgamento, é que o presidente JOMAV devia
poder recuperar o seu lugar de presidente. O parlamento deve absolutamente
votar uma moção na qual convidaria o presidente a proceder desta maneira, para
o bem da moralidade pública no país e em conformidade com as constantes
declarações e exigências públicas do próprio.
3)
Por fim, a mesma exigência se impõe ao novo PGR António Sedja Man. Para o bem
não só da sua honra, mas também da moralidade pública nacional, tal que
manifestados pelo Presidente que o nomeou, aceitará o novo PGR, solenemente e
em frente dos representantes do povo e da nação, pôr temporariamente o seu
cargo à disposição até que todas as suspeitas pendentes sobre a sua pessoa
sejam clarificadas por um inquérito rigoroso e imparcial?
Fonte: Terra Ranka
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