Eu e, a grande guerreira e jornalista Paula Melo
Uff…os
pifiosos perderam!!!
A
Guiné dorme leve e tranquila como nunca visto. Durante o dia esteve com temperatura atroz. O calor estava infernal, e no decorrer da noite, caiu uma
enxurrada que dá impressão que lavou tudo. Neste momento, são 5 horas e 09
minutos, está uma madrugada aliviada com uma atmofera tão calma, que é fácil
fazer acreditar, que tudo, não passou de um grande pesadelo.
Fiquei
há instantes, sem saber o que escrever, não consegui encontrar uma única
palavra para interpretar o que o meu ser e a minha alma sentem neste momento.
Os agentes do judiciário guineense deram um forte sinal de afrontamento ao
cancro da impunidade. Foi um golpe fatal aos promotores da impunidade na
sociedade guineense.
O
povo agradece e, seja-lhe reconhecido o valor de amante da democracia. Na
segunda-feira dizia num debate com amigos que, com um ingrediente catalisador
como a derrota no último sábado da seleção nacional, poderia-se perfeitamente
viver uma revolta popular sem precedentes na cidade de Bissau. A humilhação
imposta pelos congoleses e a ira provocada nos 40 mil espectadores que
estiveram, no estádio 24 de Setembro, traduzidos, em ativos para mobilização e
tendo em conta o disparo do custo de vida no decorrer da semana, conseguir-se-ia
facilmente sitiar Bissau com pneus e calhaus de Bandin.
Quando
esta Patarata (com P maiúsculo) toda começou, disse ao meu primo, irmão e amigo
Pedro Djassi que, estávamos, a viver no meio de uma “revolução” democrática e,
não temos como dar conta. Ainda sublinhei com todas as letras que, o melhor título
para a patarata em cena seria: “A DECAPITAÇÃO DOS MEDÍOCRES” na medida em que
foi lastimável, o papel feito por algumas pessoas amigas e companheiras.
Assistimos a ascensão e queda do governo mais breve na estória política da
Guiné. Ao todo foram 40 horas com distinção de ministro. Kuma tudu pabia di
kuru…Mbé! Na n’tchia…Fidju di Guiné bindi borgonha…Gossi propi ku ditu ku ta fala “fidju Guiné
ossa mortu i medi borgonha” ka bali nin dus xilin. Resumindo, foi um governo de vergonha nacional, cheio de medíocres ávidos de poder.
No
que diz respeito à tão alardeado ACÓRDÃO do STJ, resta apenas dizer que foi
extremamente realista e foi sem margem para dúvidas, uma posição que demonstra
um claro amadurecimento democrático da Justiça guineense. Assim sendo, discordo
por completo, querer traduzir este marco estórico numa só palavra “inovação”!
Mas se for inovação, então aproveitem e se inovem também, para positivamente
melhorarmos o país.
Nada
indica, porém, que com esta “trágica comédia” os apoiantes do absolutismo no sistema
político guineense, estejam, completamente derrotados. Nada disso! Falta agora
chama-los a razão, mostrando-lhes que têm que MUDAR rapidamente, aproveitar o
comboio do momento. E essa mudança também não cairá do céu, como caiem todos os
dias, os sinais exteriores de riqueza ilícita em Bissau. Ponham a mão na
consciência e não na lama que sem tréguas luta para combater a “corrupção e o
amor ao trabalho”.
Mostrar-lhes
que o real valor da democracia começa, quando se entende que uma nação se
enriquece com diferenças ideológicas, múltiplas matrizes partidárias e diversos
correntes de pensamento. O ato de livre pensar é um direito inalienável na
sociedade moderna e ninguém, mas absolutamente ninguém, o pode ameaçar. A vã
tentativa de privar aos jornalistas Muniro Konté e Paula Melo (que rendo aqui a
minha HOMENAGEM) essa liberdade, custou caro ao ex-PM recordista, instigador da
“base sociológica” e da fraude em tudo o que fez e faz. Kamikasi da treta!!!
Posto
isto, e com devido respeito as crenças e convicções políticas de todo e
qualquer guineense, resta-me apenas acreditar na mínima oportunidade para os
intriguistas e máxima oportunidade para os que lutam pelo consenso nacional. Tornou-se
urgente restabelecer com máxima rapidez a estabilidade, o respeito e a paz que
todos almejamos.
VIVA GUINÉ!!!
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