quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A hora é de consenso nacional…

Eu e, a grande guerreira e jornalista Paula Melo
Uff…os pifiosos perderam!!!

A Guiné dorme leve e tranquila como nunca visto. Durante o dia esteve com temperatura atroz. O calor estava infernal, e no decorrer da noite, caiu uma enxurrada que dá impressão que lavou tudo. Neste momento, são 5 horas e 09 minutos, está uma madrugada aliviada com uma atmofera tão calma, que é fácil fazer acreditar, que tudo, não passou de um grande pesadelo.

Fiquei há instantes, sem saber o que escrever, não consegui encontrar uma única palavra para interpretar o que o meu ser e a minha alma sentem neste momento. Os agentes do judiciário guineense deram um forte sinal de afrontamento ao cancro da impunidade. Foi um golpe fatal aos promotores da impunidade na sociedade guineense.

O povo agradece e, seja-lhe reconhecido o valor de amante da democracia. Na segunda-feira dizia num debate com amigos que, com um ingrediente catalisador como a derrota no último sábado da seleção nacional, poderia-se perfeitamente viver uma revolta popular sem precedentes na cidade de Bissau. A humilhação imposta pelos congoleses e a ira provocada nos 40 mil espectadores que estiveram, no estádio 24 de Setembro, traduzidos, em ativos para mobilização e tendo em conta o disparo do custo de vida no decorrer da semana, conseguir-se-ia facilmente sitiar Bissau com pneus e calhaus de Bandin.
         
Quando esta Patarata (com P maiúsculo) toda começou, disse ao meu primo, irmão e amigo Pedro Djassi que, estávamos, a viver no meio de uma “revolução” democrática e, não temos como dar conta. Ainda sublinhei com todas as letras que, o melhor título para a patarata em cena seria: “A DECAPITAÇÃO DOS MEDÍOCRES” na medida em que foi lastimável, o papel feito por algumas pessoas amigas e companheiras. Assistimos a ascensão e queda do governo mais breve na estória política da Guiné. Ao todo foram 40 horas com distinção de ministro. Kuma tudu pabia di kuru…Mbé! Na n’tchia…Fidju di Guiné bindi borgonha…Gossi propi ku ditu ku ta fala “fidju Guiné ossa mortu i medi borgonha” ka bali nin dus xilin. Resumindo, foi um governo de vergonha nacional, cheio de medíocres ávidos de poder.
  
No que diz respeito à tão alardeado ACÓRDÃO do STJ, resta apenas dizer que foi extremamente realista e foi sem margem para dúvidas, uma posição que demonstra um claro amadurecimento democrático da Justiça guineense. Assim sendo, discordo por completo, querer traduzir este marco estórico numa só palavra “inovação”! Mas se for inovação, então aproveitem e se inovem também, para positivamente melhorarmos o país.
  
Nada indica, porém, que com esta “trágica comédia” os apoiantes do absolutismo no sistema político guineense, estejam, completamente derrotados. Nada disso! Falta agora chama-los a razão, mostrando-lhes que têm que MUDAR rapidamente, aproveitar o comboio do momento. E essa mudança também não cairá do céu, como caiem todos os dias, os sinais exteriores de riqueza ilícita em Bissau. Ponham a mão na consciência e não na lama que sem tréguas luta para combater a “corrupção e o amor ao trabalho”. 

Mostrar-lhes que o real valor da democracia começa, quando se entende que uma nação se enriquece com diferenças ideológicas, múltiplas matrizes partidárias e diversos correntes de pensamento. O ato de livre pensar é um direito inalienável na sociedade moderna e ninguém, mas absolutamente ninguém, o pode ameaçar. A vã tentativa de privar aos jornalistas Muniro Konté e Paula Melo (que rendo aqui a minha HOMENAGEM) essa liberdade, custou caro ao ex-PM recordista, instigador da “base sociológica” e da fraude em tudo o que fez e faz. Kamikasi da treta!!!
  
Posto isto, e com devido respeito as crenças e convicções políticas de todo e qualquer guineense, resta-me apenas acreditar na mínima oportunidade para os intriguistas e máxima oportunidade para os que lutam pelo consenso nacional. Tornou-se urgente restabelecer com máxima rapidez a estabilidade, o respeito e a paz que todos almejamos. 

VIVA GUINÉ!!!        

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