Transcorridos
55 anos desde a aprovação na Assembleia Geral da ONU da Resolução 1514 para pôr
fim ao colonialismo, muitos povos e territórios continuam sob o jugo da
dominação estrangeira.
No
Saara Ocidental, nas Ilhas Malvinas, Palestina, Porto Rico e outros lugares, a
ocupação estrangeira continua obstaculizando a aspiração de um planeta
caracterizado pelo pleno acesso à independência e a autodeterminação.
A
Quarta Comissão, encarregada dos assuntos de descolonização, se reuniu esta
semana, durante a qual foram aprovados 11 novos projetos de resolução sobre o
tema, que deverão ser considerados na Assembleia Geral.
Além
das iniciativas a respeito da situação específica de vários territórios, o
fórum adotou rascunhos dirigidos à proteção dos interesses econômicos dos povos
não autônomos e o apoio aos mesmos pelas agências especializadas da ONU,
votações em que Estados Unidos e Israel ficaram isolados por sua rejeição.
Também
destacou o envio à plenária dos 193 estados membros da organização de um
projeto respaldado por 154 países; com a abstenção dos Estados Unidos, França,
Reino Unido e Israel; que exige às potências administradoras a informar de
maneira regular ao Secretário Geral sobre questões econômicas, sociais e
educacionais dos territórios sob seu controle.
Segundo
as Nações Unidas, 17 povos ou territórios apresentam o status de não
autogovernados, eles são: Saara Ocidental (ocupada por Marrocos), Anguila,
Bermuda, Ilhas Caimán, Ilhas Malvinas, Monserrat, Santa Elena, Ilhas Virgens
Britânicas, Ilhas Turcas e Caicós, Gibraltar e Pitcairn, todos eles sob o
domínio do Reino Unido.
Completam
a relação Samoa Americana, Ilhas Virgens estadunidenses e Guam (Estados
Unidos); Nova Caledônia e Polinésia (França) e Tokelau (Nova Zelândia).
No
entanto, muitos países reclamam nos foros de descolonização o cesse da ocupação
de Palestina por Israel e o direito de seu povo à independência, bem como o
direito à livre determinação de Porto Rico, ilha caribenha dominada por Estados
Unidos.
Ao
todo, estima-se que uns dois milhões de seres humanos vivem baixo o
colonialismo, em comparação com os 750 milhões submetidos quando em 1945 foi
fundada a ONU.
“As
Nações Unidas celebra neste ano seu 70′ aniversário com avanços para mostrar,
mas com tarefas pendentes como a tragédia do colonialismo”, afirmou o
embaixador suplente de Cuba, Oscar León.
De
acordo com o diplomata, a ilha considera que enquanto existir o flagelo, o
trabalho da ONU estará incompleto. Por
sua vez, o representante permanente de Uganda, Richard Nduhuura, advertiu que
decepciona a falta de acesso de muitos povos à livre determinação.
Em
sete décadas de existência, as Nações Unidas não está à altura das expectativas
por essa situação, sublinhou. A
embaixadora nicaraguense, María Rubiales, também chamou no Terceiro Decênio
Internacional para a eliminação do colonialismo (2011-2020) a materializar essa
aspiração.
“Trabalhemos
para que todos os povos e territórios não autônomos alcancem sua
autodeterminação e independência, para ser parte integral, com todos seus deveres
e direitos, de nossa comunidade de nações e contribuam para criar um mundo
justo e em harmonia com a mãe terra”, assinalou.
Fonte: Prensa Latina
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