Quer
queiramos ou não, definitivamente, a nomeação do auto-demissionário ministro da
presidência e o “expulsado” 3º Vice-presidente do partido dos camaradas, Baciro Djá, como primeiro-ministro foi, um xeque-mate
no PM DSP, se de partida de xadrez, falássemos. Tornou-se básico concluir que, o
único jogador a definir as situações neste momento é, o PR Jomav. Foi notável a
utilização do delfim, como “rainha” que bastou sair, para caçar um peão,
deixando o “rei” ancien PM desprotegido,
ao ponto de possibilitar a jogada de mestre. Matou-se o rei! Exímio! Prova de
que o poder executivo no sistema político vigente na Guiné é fraco e
transitório.
Se
com a queda axadrezada do governo, muitos pensaram que se tratava da última
jogada, à nomeação de um novo primeiro-ministro, sem respeitar todos os
preceitos democráticos, portanto, um ato grave, incorreto que feriu politicamente
a consolidação da democracia (e de que maneira) na Guiné, poderá ter o primeiro
chumbo do poder judicial, contra a onda de “presidencialismo” que se pretende
instalar.
Com
uma afluência popular e notável na sede do partido, na altura da demissão do
governo (quarta-feira 12), já com a nomeação de um novo PM (última
quinta-feira), viu-se claramente que com real
politik não se brinca e muito menos, se engana. O típico guineense, remata,
este cenário com uma expressão corriqueira “fato consumado”.
O
êxito desta jogada está, até ao momento, contando, com vários fatores,
comportamentais, entre os quais, o deficit de ética latente e, cada vez mais
marcante, na memória genética dos guineenses. Há apetência desmedida de poder
pelo poder, de alguns fidjus di tchon (são poucos mas, muito maus), djorçons
nôbus, cassamakundas, crioulos da nossa praça, mandingôlos das nossas moransas,
zulus das nossas tabancas, manjakadas de n’puni France, brasileiros anurados de
Bula, pépelis de Bium ou seja um pouco de tudo no etc, etc e etcterando das nossas identidades…
Aproveito
esta magna (não o contem, ele, que leia) senão mesmo singela oportunidade para,
desparabenizar o meu amigo e camarada Djá, que muitos já proferem slogan do
tipo “Rastaman toma PODER”. Com todo o respect mas, retiro-lhe todos os elogios
feitos pela minha pessoa em outras paragens virtuais, e manifesto-me contra
este ato descontínuo, tendo em conta a frontalidade demonstrada, aquando da sua
demissão no governo, há dois meses atrás.
Manifesto-me
ainda contra o mau exemplo político (o que não se deve fazer), para toda uma
geração de pós-independência, que viveu e sofreu na pele, o pesadelo da
ditadura na adolescência e os sucessivos “golpes” e “contra-golpes” de Estado,
para se chegar gananciosamente ao poder.
Creia
amigo, que irá também contar com fatores de peso, para o insucesso da sua governança.
O destalento que normalmente os engraxadores carregam, e a impopularidade das
suas medidas, como o caso da RDN ontem, suspendendo às emissões na casa da
democracia, ANP. Vários analistas sérios, consideram que, o chute para baixo
nas receitas, facilitará, um círculo económico desfavorável, se for reforçado
por um bloqueio concertado das organizações financeiras internacionais que,
asfixiaram a economia do país. Por último, conte entretanto (fundamental), com um
ambiente político interno, extremamente negativo para qualquer medida musculada,
normalmente recorrente, por estratégias que vistas ao espelho, caraterizam o
absolutismo.
Em
nota de rodapé, acabo de ter conhecimento de uma agenda do dia, sabe-se, que na
presidência da república, estarão hoje, membros da comunidade internacional,
chefias militares e algumas organizações da sociedade civil.No momento em que escrevo estes gatafunhos, o
relógio marca 10h e 30m da manhã, aqui em Bissau, está a decorrer uma reunião
na UNTG para a criação provavelmente de uma “plantaforma” (diria o outro)
qualquer.
Ou seja, a pulverização de pequenos poderes dos “caciques” somado aos
habituais arranjos políticos de praxe em circunstancias desta natureza, que se
vive na capital, prolifera o surgimento de “Alianças”, “Plataformas”,
“Movimentos” faltando sempre apenas os “Blocos”.
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