quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Jornalista na mira do regime…



Verso de Fernando Pessoa “ há uma estrada andando sobre nós”

Surgiu mais uma questão a ser analisada na intrincada e cada vez mais truncada, proposta, de governação na Guiné. O continuísmo manifesta-se de forma escandalosa no regime vigente, e não enganam ninguém, pois estão utilizando, precisamente, métodos e técnicas de MANDAR, à moda antiga. 

Houve ou não(?) uma chamada telefónica (telemóvel) um pouco depois das 23 horas do dia 25 de agosto, onde do outro lado da linha, voz adulterada, ameaçou, intimidou e insultou o jornalista Waldir Araújo, despejando palavrões de todo o tipo?

Afirmativo, HOUVE!!! 

A trama engrossou e em ato contínuo, houve encenação e brincadeiras de mau gosto, ou não?

Uma imagem, vale mil palavras!!!

Quem foi o autor moral e material das ameaças e intimidações?

É a questão do memomento!!!

Que tipo de regime é avesso a liberdade de pensamento, opinião e expressão e tem práticas e táticas desta natureza?

Ditadura!!!

Atualmente na Guiné, existem, sinais fortes ou dificuldades em lidar com a liberdade dos jornalistas, ou não?

O governo de um PM e dois DGs, mostrou antipatia com jornalistas convictos, logo à abrir, ao ponto da primeira medida atabalhoada foi, mudar os diretores-gerais dos dois órgãos de comunicação do Estado, indigitando, coordenadores. 

Sem antes, mandar chamar para casa do atual premier, tanto o ex-DG da RDN o jornalista Muniro Conté, como a jornalista Paula Melo da TGB, numa noite, fora da hora normal de serviço, para a vã tentativa de alinha-los e “imprimir novas orientações”. 

Aconteceu que, recusaram, pelo simples fato de ambos serem jornalistas sérios, tanto assim que “não se adequaram as orientações emitidas” chegando ao ponto de serem afastados das suas funções.  

Qual é a instituição que, até hoje, não deu uma única entrevista de fundo ou grande entrevista, e nem fez o ”balanço” do primeiro ano das funções, tanto na imprensa nacional, como na internacional? 

Presidência da República!!!

Quem tomou ultimamente, um caminho diferente na forma de lidar com os jornalistas, tem pavor dos telemóveis, não apresenta uma estratégia de comunicação clara e, adora emitir notas de imprensa desconexas com a realidade?

O conselheiro-porta-voz…

Estamos mergulhando lentamente num regime ditatorial disfarçado de democracia, e as intimidações feitas ao amigo, irmão e companheiro Waldir Araújo põe à nu a utilização da teoria do MEDO para esse fim.
Mas garanto aos leitores que, este episódio não beliscou o jeito destemido, desprendido e determinado do jornalista, dando sinais que não vai parar de fazer BEM, o seu trabalho. 

Por isso, não são poucas as razões para tornar público e denunciar esta prática, pois cada dia que passa, os profissionais da comunicação social guineense, vão sentindo  o amargo  do veneno de um regime que demonstra cada vez mais, que não saber lidar com a LIBERDADE.
Como disse pessoalmente ao amigo e companheiro Waldir, um jornalista nunca deve ser NOTÍCIA…e ambos chegamos a conclusão de que tudo isto, não passa de um fait-diver.
 
Na minha humilde opinião, tentaram tirar o foco na reflexão, sobre o excelente debate na TGB, realizada na mesma noite das ameaças, onde em direto se viu, um pseudo-constitucionalista sendo trucidado, tecnicamente e intelectualmente por dois excelentes advogados. Aniquilaram completamente a tese de que existe uma ponta de constitucionalidade nos decretos presidências. Esmiuçaram sobre à forma e matéria ausente, nas “substâncias” invocadas tanto no DECRETO da demissão do governo legítimo, como àquele, que escolhe e nomeia isoladamente o PM ilegítimo. 

Absolutistas de uma figa!!!  

Ah, e disse ainda ao amigo, irmão e companheiro…bem-vindo ao clube!!!       

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