119 anos de
Brecht e o “analfabeto político” continua a existir...
Em 10 de fevereiro de 1898 nascia, na
Alemanha, aquele que seria um dos maiores poetas e dramaturgos da esqueda do
século XX: Bertolt Brecht. Sempre com uma objetiva e ácida crítica política,
aliado ao marxismo e ao anarquismo, Brecht expôs em suas peças e poemas
problemas que continuam atuais, mesmo quase um século depois.
Para comemorar seu “aniversário” de 119 anos, selecionamos um de
seus poemas que traduzem muito os rumos que não só o Brasil, mas que o mundo
vem tomando, pela “negação da política”.
analfabeto político
O pior analfabeto, é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha
Do aluguel, do sapato e do remédio
Depende das decisões políticas.
Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha
Do aluguel, do sapato e do remédio
Depende das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que
Se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política.
Não sabe o imbecil,
Que da sua ignorância nasce a prostituta,
O menor abandonado,
O assaltante e o pior de todos os bandidos
Que é o político vigarista,
Se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política.
Não sabe o imbecil,
Que da sua ignorância nasce a prostituta,
O menor abandonado,
O assaltante e o pior de todos os bandidos
Que é o político vigarista,
Pilantra, o corrupto e o espoliador
Das empresas nacionais e multinacionais.
Bertolt
Brecht
Fonte: Revista Fòrum
Fonte: Revista Fòrum
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