Após ter visto a
reportagem “Especial Buscardini” da Televisão da Guiné-Bissau da homenagem à
ex-combatente da Liberdade da Pátria, Isabel Buscardini, falecida semana
passada em Bissau, percebi logo que o entendimento entre a classe política
guineense é uma realidade cada vez mais adiada.
Entretanto, há um
muro da discórdia que separa ambos que nem o sentimento de dor da morte
consegue aproximá-los por alguns instantes - - o que me parece triste e
lamentável!
Estão avassalados
pela ambição apocalíptica que, mesmo durante as cerimónias do corpo presente da
ex-combatente conseguiram poupar o lançamento dos tiros.
Durante o ato,
realizaram várias intervenções políticas para além das mensagens que alguns
enviaram ao saudoso Amílcar Cabral, como se a malograda não tivesse cansada e,
tinha que levar consigo a bagagem dos vivos para a eternidade.
Tudo foi orquestrado
com objetivo de conquistar a notoriedade assim chegar ao poder quanto antes,
mesmo que seja à custa da família enlutada.
Numa sociedade
normal, as campanhas de marketings políticas e de qualquer crítica face ao
adversário são atos que devem ser expressos nos fóruns políticos.
O dia de funeral
seria bem mais um motivo para prestarmos a nossa solidariedade e servir-se do
exemplo para reconciliarmo-nos conosco mesmo.
Descanse em paz na
Glória, Senhora Buscardini!
Por: Baldé Amadila
Nota do Editor
Excelente texto do
mano Baldé Amadila que conseguiu ver com olhos de ver, manobras indecorosas aproveitando uma situação de dor e sofrimento pela perda de uma pessoa querida.
Confesso que também vi essa rubrica da TVGB. Ainda estou incrédulo!
Pior é que está a ser partilhado e promovido por um "destacado profissional" de comunicação que começou precisamente na televisão! Estive a ver
44 minutos de desinformação pura, desenquadramento e desrespeito para o papel de informar e formar do jornalismo sério!
Nem é preciso ser profissional
para reparar que a voz-off fala de uma
coisa e a peça trata de outra, numa salgalhada com cheiro a campanha para a liderança num pretenso "Congresso" antecipado dos Libertadores.
Não sei que nome se
deve dar a tamanha desumanização da política na Guiné-Bissau. Nestas horas
apetece lembrar uma das músicas do saudoso José Carlos com a celebre estrofe que remata“Si bu djunta ku
purko, fôrel ku bu ta kumê, na mandjuandadi di partido kalda...”
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