Meu
ilustre amigo Helmer, espero que estejas bem.
Lembro-me, embora os detalhes se tenham desfeito com o tempo.
Na aula, falava-se sobre democracia e conflitos nos nossos países de
origem (Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e STP).
O professor que pelo discurso, de ouvir dizer, ou ter lido um relatório,
demonstrava nunca ter conhecido nem Angola nem a Guiné, dizia haver um
problema crónico dos governantes das então duas colónias portuguesas
(Angola e G-Bissau) em olhar para a delapidação do erário publico, sem
olhar para as populações. Acusava estes dois países de falta de
liberdade de imprensa e de guerras indeterminadas fundadas em questões
tribais, entre outras.
Foi aí que vi um jovem de Mansoa com a hombridade e argumentos suficientes e a contradizer o professor
daquela manhã no Curso de Jornalismo para os PALOP organizado pela
Fundação Kalouste Gulbenkian e Universidade Católica de Lisboa.
Helmer
Araújo recordou as práticas tribais usadas pelos então colonialistas
para melhor separar os povos africanos e impor a sua doutrina colonial, a
fraca alfabetização e formação das populações para que tomassem
consciência dos seus direitos à auto-determinação. Lembrou que a melhor
forma de se avaliar o comportamento de uma dada colectividade é estudar o
seu passado e emergir no seu quotidiano.
Helmer teve do seu lado um
jovem, com pouco anos ainda no jornalismo e na avaliação do desempenho
da media no seu país, o angolano Luciano Canhanga que discordou com a
visão eurocêntrica de Liberdade de imprensa do professor (cujo nome a
memória me atraiçoa).
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