segunda-feira, 5 de junho de 2017

Vamos por partes…

Criou-se uma PANACEIA a volta da Cimeira da CEDEAO que assusta. Muitos fizeram acreditar as pessoas que estão estafadas com esta CRISE, de que em Monróvia sairia um termo que acabaria com tudo. Hoje volvidos horas do término da 51ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo, que decorreu na Libéria , vive-se uma atmosfera de desolação em Bissau, tendo em conta que muitos esperavam e diga-se de passagem, erradamente, por SANÇÕES, que supostamente iria incidir sobre os golpistas. Nada mais desconexo e distorcido do que isso não pode haver. 

Algumas mentes imbecilizadas foram mais longe até, escrevendo artigos de opinião com análises sofisticados sobre os poderes sancionatórios da CEDEAO e os limites dessas sanções se fossem aplicadas à Guiné-Bissau enquanto membro da organização. Tudo FALSO! Só conseguiram convencer os incautos e alguns atrasados mentais. Mas vamos por partes:
O COMUNICADO FINAL (não emiti nenhuma opinião até então, precisamente, porque aguardava a sua divulgação) da cimeira dos Chefes de Estado recomendou em relação a Guiné-Bissau, os seguintes pontos  em traços gerais: 

1 – Manifestaram a insatisfação pelo não cumprimento do Acordo de Conakry de 14 de outubro de 2016 e a persistência do IMPASSE político no país;  


2 – Regozijaram com os procedimentos do mediador e PR da Guiné-Conakry Prof. Alpha Conde;


3 – Tomaram boa nota do comunicado final da delegação de alto nível dos ministros dos negócios estrangeiros da comunidade que esteve no país entre os dias 21 à 23 de abril e recomendou um DIÁLOGO DIRETO entre as partes signatárias do ACORDO;


4 – Instaram ao PR Jomav que cumpra e faça cumprir o acordo e que seja ele a CONVIDAR (não dizer apenas que as portas do palácio estão abertas) todas as partes envolvidas para o estrito respeito do ACORDO e prorrogaram a missão MILITAR da ECOMIB para mais três meses (não deram mais três meses ao PR Jomav como muitos interpretaram);


5 – Afirmaram a determinação total e caso seja necessário farão recurso as SANÇÕES, para todos aqueles que estiverem a OBSTRUIR (não signatários) a implementação do Acordo de Conakry;


6 – Recomendaram os militares a manterem-se distantes das disputas política;


7 – Direcionaram toda a responsabilidade de seguimento da CRISE à comissão de alto nível dos ministros dos Negócios Estrangeiros no sentido de continuarem acompanhando a implementação do Acordo de Conakry;

Pois bem, lendo com clareza estas recomendações registra-se que não houve alteração na posição da CEDEAO em relação a esta longa CRISE na Guiné. Muito pelo contrário, manteve-se, devido ao facto de não se terem registradas evoluções no cumprimento do Acordo de Conakry. 

E, entendam como quiserem, mas o 5 ponto ou melhor, o parágrafo 37º do comunicado final da 51ª Cimeira dos Chefes de Estado e Governo da CEDEAO é taxativo, ao sublinhar que, se irá recorrer as sanções para os que estão OBSTRUINDO a implementação do ACORDO! Esse ponto não deixa dúvida espero eu!

A pergunta que não quer calar…

QUEM VAI APLICAR AS SANÇÕES???

Vou ajudar em parte na resposta. @ leit@r lembrar-se-á de certeza que no dia 11 de maio do corrente ano, os membros do Conselho de Segurança emitiram um comunicado expressando "profunda preocupação" com a situação na Guiné-Bissau e, recomendaram ao PR Jomav que respeita-se a escolha de consenso para o posto de primeiro-ministro, elogiando os esforços da CEDEAO na mediação. Certo?
Então a questão aqui é o Comitê das Sanções da ONU que vai indiciar os golpistas e não a última cimeira dos Chefes de Estado da CEDEAO, cujo o prazo dado as autoridades guineenses expirou. O problema é que os analfabrutos quiseram mostrar o contrário.

O resto é treta e, temos apenas que aguardar à vinda do CSONU que estará em Bissau a partir do dia 13 de junho como prova a Nota Verbal dirigida as autoridades guineenses!  

Nô bai!!!

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