Um
jornalista mandou-me ontem um panfleto circulante na Guiné-Bissau que me coloca
numa lista de «Líderes de Opinião» (quanta honra!) pagos por um partido e a
assassinar (de acordo com certos defensores do regime e alguns do Contra).
Brinquei com o Sr., dizendo-lhe que o nome da lista era “Dr. Emílio Caft Costa”. Ora, como eu me chamo “Emílio Kafft Kosta”, tratar-se-ia, possivelmente, de um outro indivíduo, atento o conteúdo do texto… ou será da iliteracia típica de quem “escreve” de ouvido?
Soube,
todavia, que o texto está a ser difundido na internet. Não acreditei na
veracidade desse documento e hipotetizei diferentes autores, motivações e
cenários. Mas lembrei-me de vários acontecimentos pré-anunciados na
Guiné-Bissau (e imediatamente desvalorizados por certa intelectualidade
guineense, como sendo fabricações maquiavelicamente encenadas pelos próprios
visados) que se realizaram mais tarde…
Se
o visado for eu, Kafft Kosta (mesmo tratando-se o panfleto de lixo que merecia
ser ignorado), vou aproveitar estes 15 minutos de intervalo que a minha agenda
me permite, para passar o seguinte recado:
1.
Só recebo os vencimentos devidos à minha condição de Professor Universitário e
Investigador em Portugal.
2.
Há 21 anos que nem sequer dou pareceres (por razões deontológicas, nos
primeiros 15 anos) e pareceres pagos (nos últimos 6 anos, por opção pessoal).
3.
Os valores por que me tenho batido ao longo dos últimos, pelo menos, vinte e
muitos anos, coerentemente, consistentemente, abnegadamente, são:
Justiça
imparcial, independente, impoluta e justa; defesa das liberdades fundamentais;
democracia representativa; Estado assente na Lei e respeitador da Lei; verdade;
honestidade; paz; união; ensino empenhado e livre.
Assim
tenho pensado, escrito, falado e vivido, coerentemente. Porque sou um pensador
livre. O
que eu digo hoje já o venho defendendo e praticando desde os anos 90 do séc.
XX.
O
curioso é que esta minha conduta tem granjeado sempre apoiantes e adversários,
que vão alterando as suas relações com as minhas ideias de acordo com as
circunstâncias:
Por vezes, noto que os do Poder não gostam de algumas posições minhas; mas, quando ficam fora do Poder - injustiçados e perseguidos -, passam a adorar as mesmas posições…Ou, enquanto Poder, gostam de algumas opiniões minhas e passam a detestá-las, mal estejam fora do Poder…
Eu
é que não tenho mudado 1 mm do caminho que tracei para a minha vida. As pessoas
ora estão comigo e com os meus valores, ora não estão comigo e com esses
valores… Eu registo e continuo o meu Caminho, sozinho, com muita ou pouca
gente, é-me igual.
4.
Por defender tais valores, vivi (com tranquilidade e firmeza), nestas 2
décadas, ameaças sérias à minha vida, mas jamais vacilei ou deixei de assumir
as minhas posições.
A palavra “Medo” ou “Conveniências” não estão e nunca estiveram no meu Dicionário, desde que me conheço como adulto.
5.
As referidas causas são também minhas e quero-as afirmadas na nossa terra. À minha maneira, modestamente, vou continuar a bater-me para que elas se
realizem.
A
salvação da minha vida ou o meu bem-estar e dos meus não pesam nada, quando no
outro prato da balança está a defesa de valores tão fundamentais como a
coerência, a justiça imparcial, independente, justa e limpa, as liberdades
fundamentais, a democracia representativa, a legalidade como essência do
Estado, a verdade, a honestidade, a evolução, a união e a paz. O que é que isso
tem de mal?!
Firme,
como sempre!
Por: Kafft
Kosta
Sem comentários:
Enviar um comentário