quinta-feira, 4 de maio de 2017

Ainda sobre o PANFLETO de Bissau...

 
Um jornalista mandou-me ontem um panfleto circulante na Guiné-Bissau que me coloca numa lista de «Líderes de Opinião» (quanta honra!) pagos por um partido e a assassinar (de acordo com certos defensores do regime e alguns do Contra).

Brinquei com o Sr., dizendo-lhe que o nome da lista era “Dr. Emílio Caft Costa”. Ora, como eu me chamo “Emílio Kafft Kosta”, tratar-se-ia, possivelmente, de um outro indivíduo, atento o conteúdo do texto… ou será da iliteracia típica de quem “escreve” de ouvido?

Soube, todavia, que o texto está a ser difundido na internet. Não acreditei na veracidade desse documento e hipotetizei diferentes autores, motivações e cenários. Mas lembrei-me de vários acontecimentos pré-anunciados na Guiné-Bissau (e imediatamente desvalorizados por certa intelectualidade guineense, como sendo fabricações maquiavelicamente encenadas pelos próprios visados) que se realizaram mais tarde… 

Se o visado for eu, Kafft Kosta (mesmo tratando-se o panfleto de lixo que merecia ser ignorado), vou aproveitar estes 15 minutos de intervalo que a minha agenda me permite, para passar o seguinte recado:

1. Só recebo os vencimentos devidos à minha condição de Professor Universitário e Investigador em Portugal.

2. Há 21 anos que nem sequer dou pareceres (por razões deontológicas, nos primeiros 15 anos) e pareceres pagos (nos últimos 6 anos, por opção pessoal).

3. Os valores por que me tenho batido ao longo dos últimos, pelo menos, vinte e muitos anos, coerentemente, consistentemente, abnegadamente, são:

Justiça imparcial, independente, impoluta e justa; defesa das liberdades fundamentais; democracia representativa; Estado assente na Lei e respeitador da Lei; verdade; honestidade; paz; união; ensino empenhado e livre.

Assim tenho pensado, escrito, falado e vivido, coerentemente. Porque sou um pensador livre. O que eu digo hoje já o venho defendendo e praticando desde os anos 90 do séc. XX.
 
O curioso é que esta minha conduta tem granjeado sempre apoiantes e adversários, que vão alterando as suas relações com as minhas ideias de acordo com as circunstâncias:

Por vezes, noto que os do Poder não gostam de algumas posições minhas; mas, quando ficam fora do Poder - injustiçados e perseguidos -, passam a adorar as mesmas posições…Ou, enquanto Poder, gostam de algumas opiniões minhas e passam a detestá-las, mal estejam fora do Poder…

Eu é que não tenho mudado 1 mm do caminho que tracei para a minha vida. As pessoas ora estão comigo e com os meus valores, ora não estão comigo e com esses valores… Eu registo e continuo o meu Caminho, sozinho, com muita ou pouca gente, é-me igual.

4. Por defender tais valores, vivi (com tranquilidade e firmeza), nestas 2 décadas, ameaças sérias à minha vida, mas jamais vacilei ou deixei de assumir as minhas posições.

A palavra “Medo” ou “Conveniências” não estão e nunca estiveram no meu Dicionário, desde que me conheço como adulto. 

5. As referidas causas são também minhas e quero-as afirmadas na nossa terra. À minha maneira, modestamente, vou continuar a bater-me para que elas se realizem.

A salvação da minha vida ou o meu bem-estar e dos meus não pesam nada, quando no outro prato da balança está a defesa de valores tão fundamentais como a coerência, a justiça imparcial, independente, justa e limpa, as liberdades fundamentais, a democracia representativa, a legalidade como essência do Estado, a verdade, a honestidade, a evolução, a união e a paz. O que é que isso tem de mal?!

Firme, como sempre!

Por: Kafft Kosta 

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