1. Dr. Koumba Yala
Completam-se
hoje três anos desde a morte, ainda por esclarecer, do Dr. Koumba Yala Kobdé
Nhanca, mas continuo a achar que ainda não se lhe fez uma justa homenagem
sobretudo nas hostes do seu PRS.
O consulado de Koumba Yala foi o que foi, mas não se lhe pode negar o condão de ter sido o artífice do PRS, um guia, um Messias do povo humilde, do lúmpen de Bissau e das urbes adjacentes. Koumba foi a voz daqueles que temiam a máquina do Estado e do sistema.
Koumba tinha uma ideologia. Ser e viver de forma simples. Tanto assim foi que se viu a forma como exerceu a sua magistratura. Koumba foi senão o único então dos poucos dirigentes deste país que não se preocupou em acumular riqueza roubada ao povo. Homem do povo não rouba ao povo e do povo, dizia!
Mais do que explicar as circunstâncias da sua morte repentina é elevar o seu pensamento ao lugar cimeiro. É preciso compreender Koumba. É preciso que os atuais e os futuros dirigentes do PRS compreendam o pensamento profundo e prospectivo de Koumba. Compreender Koumba não pode ser um exercício fugaz ou de improviso.
Tem que ser um estudo a longo prazo. Só assim será possível perceber
como foi possível que um filho de Pkon, arredores de Bula, mas cujas origens é
Ncheia, tenha conseguido guindar-se ao mais alto cargo do Estado guineense. Só
desta forma será possível compreender o valor simbólico e representativo
daquele barrete vermelho que o homem usou até na Assembleia Geral das Nações
Unidas em Nova Iorque, quando no passado o Lante Ndan usava aquilo só em
cerimónias localizadas dos Balantas.
Koumba estava acima dos seus contemporâneos no seu próprio partido e não só.
Mas é preciso traze-lo de volta, num exercício que não deve ser feito pelo PRS
mas sim por gente de fora do seu partido mas que privou ou conheceu o homem e o
político.
Tenho para mim que um simpósio em memória de Koumba Yala seria uma óptima ideia a explorar sobretudo no intuito de recentrar o ideal renovador da sociedade guineense como preconizou na génese do partido que fundou com Carlos Sousa, José de Pina (Dutchi), Mário Pires, Mbunhe Na Ncada, Bacar Mané e outros.
2. Fernando (Nando) Vaz
Goste-se ou não do Nando Vaz, uma coisa é certa: Homi na tarbadja!
É dos poucos que parece não se escudar na instabilidade política ou na ausência
de programa do Governo ou Orçamento do Estado para deixar de fazer o que tem
que ser feito. Parece outra pessoa. No Governo de transição, Nando Vaz era um
homem truculento, mas desde que se apanhou como ministro do Turismo
metamorfoseou-se. Deixou de ser briguento, fala mais pausado, mais conciliador
e sempre que aparece faz anúncios de coisas que realmente interessam ao povo.
Conheço o Nando Vaz desde sempre e aliás, enquanto jornalista, sempre falamos
com cordialidade, ainda que muitas vezes não concordemos um com o outro.
Regista-se com agrado o trabalho que fez – diga-se às pressas daí que não tenha
surtido o efeito desejado- com a promoção do Carnaval guineense no nicho do
mercado português, assinala-se a presença do potencial do Turismo da
Guiné-Bissau na BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa), conta quem lá esteve que a
Guiné fez bonito, e agora o homem anuncia para dia 10 a chegada ao país de dois
navios para ligar as ilhas Bijagós ao continente.
Parece que será desta que vou mesmo conhecer Bolama, se chegarem esses navios
do Nando Vaz! Prometo!
E não se pode perder de vista que foi graças ao trabalho do Nando Vaz que as
companhias aéreas lá baixaram os preços das passagens aéreas Bissau/Lisboa.
Se chegarem os navios só fica a faltar que Nando Vaz institucionalize o
Carnaval (criando uma agência para o efeito) e que ponha em prática a companhia
aérea de bandeira da Guiné-Bissau.
3. Lagoas de Cufada e a Central
Eléctrica
Falou-se
muito das Lagoas de Cufada e o polémico projeto de construção de uma central elétrica
no local, mas há muito que um silêncio tumular parece querer tomar conta do
dossiê.
Não pode. Tem que se falar. Tem que se falar até porque ainda não ficou esclarecido sobre o que se vai passar com o projeto e com as próprias Lagoas.
Constrói-se a central no local ou muda-se o projeto para outro lugar?
É preciso tirar a limpo essas questões. A voz cidadã não se pode calar. É preciso questionar e pressionar o poder político para que tome uma decisão e que seja aquela que vá ao encontro da vontade e interesse do povo daquela zona.
É só o que penso.
Mantenhas
P.S. As
reflexões aqui contidas não vinculam os órgãos de comunicação social para os
quais ‘nta surni’.
Por: Mussá Baldé
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