A crise em que o país está
mergulhado há mais de DOIS ANOS E MEIO, pelos vistos está a criar miragem em
muita gente. Surgem "profetas" pressagiando devir próximo de um
holocausto. Não falam de mortos mas os subentendidos terríficos dos discursos
que pronunciam, ilustram a instabilidade política e económica do país.
É inquestionável que no âmago da crise que abala o país estão em jogo interesses
vários, sobretudo, pessoais, disfarçados em conteúdos políticos de defesa do
povo. Aparentemente, inconciliáveis. Sem ir além, e mudando de direção, um
acontecimento actual chama atenção:
Discursos políticos que vaticinam guerra,
mais uma, no país. São vaticínios que apontam alegadas desinteligências na
esfera política que vão despoletar uma guerra com todas as consequências
inerentes. Só que, os profetas que tiveram a visão publicitada não esclarecem
estas incógnitas:
Quem vai pegar em armas?
Quem será a carne de canhão a
sacrificar nesse panorama?
Que benefício vai o povo ter dessa tal guerra?
Mais
e melhores escolas?
Mais e melhores hospitais?
Melhores estradas?
Luz e água
potável para todos?
Repita-se: A guerra vai resolver os problemas de quem? Que
tipos de problemas? Dos empresários? Políticos? Povo?
Parece que há quem deseja que a história se repita ao estilo e moldes de 7 de
Junho. Por isso, estão a “caracterizar o ambiente”, a “preparar o espírito
colectivo”, o povo em geral, para uma guerra violenta que pode abalar o país «i
kana tarda». Será que a conjuntura é favorável a esse desiderato?
Mas, afinal
de contas, para que servem os políticos, os profissionais da política? De que
vale estarem lá «com todos os direitos e regalias - em nome do povo», se são
manifestamente incapazes de articular argumentos para se fazerem entender
civilizadamente?
Ou, será que estão a prestar serviços escusos a entidades
escondidas com o rabo de fora?
De 2014 a esta parte, os militares têm-se mantido fora da arena política
contrariando a sua propensão dos anos idos de “comandar directa e
indirectamente” os destinos do país atitude que ia frontalmente contra as
disposições constitucionais que dizem que «As FARP são apartidárias e os seus
elementos, no activo, não podem exercer qualquer actividade política».
Quem diz
militares diz forças da segurança que a Constituição da República refere nestes
termos: «As forças de segurança têm por função defender a legalidade
democrática e garantir a segurança interna e os direitos dos cidadãos e são
apartidárias, não podendo os seus elementos, no activo, exercer qualquer
actividade política.»
Com bastante regozijo os cidadãos notam que não obstante as “mil e uma
tentativas” ensaiadas, aqui e ali, a classe castrense mantem-se fora e,
assumidamente, separada e ausente das lides políticas nacionais. Até aqui,
sublinhe-se, o chefe de estado-maior general das forças armadas, General Biagué
Na N’tam, conseguiu manter-se fiel ao compromisso expresso a 17 de Setembro de
2014 na cerimónia de empossamento nas novas funções: respeitar a Constituição
da República e demais leis, organizar as Forças Armadas e, criar as condições
para a formação dos jovens.
O que se questiona é: Em caso de guerra quem vai disparar contra quem? Porquê?
As interrogações são muitas todas carecendo de respostas elucidativas para se
poder entender.
Na guerra de 7 de Junho, o conflito gerou duas trincheiras nitidamente
separadas chamadas de “Governamental” (forças do Governo) e “Junta Militar”
(rebelião).
UMA DAS “VANTAGENS” DA GUERRA DE 7 DE JUNHO FOI O PAGAMENTO DE QUE MUITOS
BENEFICIARAM PELO alegado "PREJUÍZO DE GUERRA SOFRIDO”.
Foram bilhões de
francos CFA pagos tanto aos que perderam bens materiais avaliados em avultadas
somas, como aos indivíduos que mesmo longe do teatro da guerra (em Portugal ou
algures), que não perderam absolutamente nada mas que, beneficiando de algum
“djitu” conseguiram receber uma boa maquia.
A lista existe, "não
apodreceu", é longa, com nomes de gente importante, quiçá guardada para
ser usada quando convier. Como gosta um político que agora é ministro de dizer
Ki DJINTI STA LI, NÔ KONSI ELIS TUDU (estão aqui conhecemo-los todos)!
Por: Humberto Monteiro
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