terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A Inglória Presidência do JOMAV

A situação política da Guiné-Bissau já era um pantanal, mas o atual Presidente teve o condão de a transformar num completo lamaçal. A diferença está que num pântano, a espaços, ainda encontramos terra firme em que podemos nos apoiar e que nos dá a esperança e o alento de soerguermo-nos para continuar a caminhada.

Num lamaçal emporcamo-nos, e em vão procuramos encontrar terra firme em que possamos apoiar para viabilizar uma saída. Atolamo-nos na lama e cada vez que nos esforçamos para nos libertarmos da lama afundamo-nos mais e mais num fundo sem retorno. 

Com as constantes errâncias do Presidente estamos condenados a atolarmos ainda mais na crise institucional e política. Esta política atingiu o seu paroxismo com as patéticas declarações do Presidente no dia do seu aniversário, em Mindará, em como, supostamente, teria poderes para prender, matar e maltratar qualquer cidadão, ou seja, todos aqueles que se opõem e se declaram opositores e contrários a sua política de fraudes e ilegalidades. 

Uma declaração deste jaez define o homem e a sua falta de cultura democrática. É assim que ele pensa, que é dono e senhor da Guiné e portanto, investido do poder para decidir sobre a vida de qualquer cidadão e para se imiscuir em qualquer assunto, desde que estejam em jogo os interesses do Presidente e seus comparsas. Somente os déspotas brindam com ameaças de morte, maltrato e prisão o seu próprio povo.

Se ele tem assomos de pensamento desta natureza é porque reina uma enorme confusão no seu espírito, o que não augura nada de bom para a nossa democracia. Estas declarações são sinais e evidências da perturbação do Presidente e da sua impotência para credibilizar o seu mandato que tinha tudo para dar certo.

Devemos todos: patriotas, democratas, defensores da legalidade e da Constituição, e perante as últimas provocações, como a nomeação de um PM à margem dos Acordos de Conacri, cerrar fileiras e combater esta política ignóbil de total desprezo pelos reais interesses do povo, tergiversação permanente e de jogos palacianos falaciosos. Perante estes novos factos que comprometem, seriamente, a autoridade do Presidente, estamos a referir à Cimeira de Chefes de Estado em Abuja, Nigéria, da semana passada, forçar o Presidente a convocar eleições gerais antecipadas, antecedida da dissolução do parlamento.

Esta é a única saída democrática e constitucional para esta crise que está a atolar e a afundar o país na lama que JOMAV profetizou. O país tem capacidades, tem energias e potencial para construir políticas alternativas de unidade, apaziguamento e conciliação, no interesse de todos os guineenses, sem discriminação e divisão como tem sido apanágio do atual Presidente.

Por último, faço voto de Boas Festas e um Natal na comunhão da alegria e paz para todos os meus amigos, familiares e compatriotas.



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