Para o dicionário: s. f. tendência
do espírito para considerar algo como provável; a segunda das virtudes teólogas;
expectativa; suposição; probabilidade.
Nas palavras de Jesus: Olhai para as
aves do céu: Não semeiam, nem ceifam, nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai
celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas? Qual de vós, por mais que
se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? Porque vos
preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo! Não
trabalham nem fiam. Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência,
se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que
hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós,
homens de pouca fé? (Mateus, 6: 26-30)
Para os antigos gregos: Em um dos
clássicos mitos da criação, um dos deuses, furioso com o fato de Prometeu
roubar o fogo e com isso dar independência ao homem, envia Pandora para
casar-se com seu irmão, Epimeteus. Pandora traz consigo uma caixa, a qual foi
proibida de abrir. Entretanto da mesma maneira que Eva no mito cristão, sua
curiosidade é mais forte: levanta a tampa para ver o que contêm, e neste
momento todas as desgraças males do mundo saem dali e se espalham pela Terra.
Apenas uma coisa fica lá dentro: a Esperança, única arma para combater os males
que se espalharam.
Uma história real: Aos cinco anos
de idade, Glenn Cunninghan (1909-1988) sofreu sérias queimaduras nas pernas e
os médicos não tinham esperanças de sua recuperação. Todos achavam que ele
estava condenado a passar o resto da vida na cadeira de rodas.
Glenn Cunningham
não deu ouvidos aos doutores e saiu da cama na semana seguinte. - Os médicos viam
as minhas pernas, mas não o meu coração. Agora vou correr mais rápido que
qualquer pessoa. Em 1934, bateu o
recorde mundial de 1.500 m com 4 m 06 s. Foi homenageado como atleta do século
no Mandison Square Garden.
Em uma história hassídica (tradição judaica): No final dos
quarenta dias de dilúvio, Noé saiu da arca. Desceu cheio de esperança, acendeu
incenso, olhou a sua volta, e tudo que viu foi destruição e morte. Noé
reclamou:
"Todo-Poderoso,
se conhecias o futuro, por que criastes o homem? Só para ter o prazer de
castigá-lo?"
Um perfume triplo
subiu até os céus: o incenso, o perfume das lágrimas de Noé, e o aroma de suas
ações. Então veio a resposta:
"As preces
de um homem justo sempre são ouvidas. Vou te dizer porque fiz isto: para que
entendesses tua obra. Tu e teus descendentes usarão a esperança, e estarão
sempre reconstruindo um mundo que veio do nada. Desta maneira dividiremos o
trabalho e as consequências: agora ambos somos responsáveis".
As quatro maiores esperanças do indivíduo:
1] o encontro com
o bem-amado(a); 2] ausência de problemas financeiros; 3] ausência de doenças;
4] imortalidade (fonte: livro das Listas, Irving Wallace, 1977)
Esperando ser
lembrado:
O grande califa Alrum Al-Rachid resolveu construir um palácio que marcasse a
grandeza de seu reino. Ao lado do terreno escolhido, havia uma choupana.
Al-Rachid pediu ao seu ministro que convencesse o dono - um velho tecelão - a
vendê-la para ser demolida. O ministro tentou, sem êxito; de volta ao palácio,
sugeriu ao grande califa, que simplesmente expulsassem o velho do lugar.
“Não”, respondeu
Al-Rachid. “Ela passará a fazer parte do meu legado ao meu povo. Quando virem o
palácio, dirão: ele foi grande. E, quando virem a choupana, dirão: ele foi
justo, porque respeitou o desejo dos outros”.
Por:
Paulo Coelho
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