O
líder do partido no poder na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, receia que
as querelas políticas no país possam bloquear as instituições do Estado."Tenho
medo que, dentro de pouco tempo, por uma questão do bloqueio, voltemos a falar
de eleições, o que consubstancia um desvio daquilo que é o essencial", que
é a governação do país, referiu hoje Simões Pereira em declarações aos
jornalistas.
O
primeiro-ministro guineense, demitido pelo
Presidente da República em agosto passado, pediu que se deixe o PAIGC governar,
com o programa e mandato conferido nas eleições gerais de 2014.
O repto do
líder do PAIGC é dirigido, entre outros, ao Presidente da República, José Mário
Vaz - com quem mantém desavenças pessoais -, no sentido de este deixar o
Governo executar as suas tarefas, "a bem do país".
"O
Presidente da República está eleito até 2019, ninguém põe em causa a sua
competência e as suas prerrogativas, mas que deixe o PAIGC governar",
pediu.
Domingos
Simões Pereira exortou igualmente os guineenses a permitirem que o debate
político se faça apenas no Parlamento e que as instâncias judiciais operem no
âmbito da Justiça.
O dirigente político afirmou que seria "complicado" se a Guiné-Bissau não fosse capaz de promover consensos e a governação do país devido a querelas internas, depois de ter realizado eleições elogiadas pela comunidade internacional, que prometeu fundos para apoiar o desenvolvimento.
Simões Pereira
alude aos resultados da mesa redonda promovida pelo país com doadores em março
de 2015, na Bélgica, na qual a Guiné-Bissau recebeu uma promessa de apoio
financeiro por parte dos parceiros na ordem de mil milhões de euros.
Mesmo com receios, o líder do PAIGC diz acreditar que o programa do Governo do primeiro-ministro Carlos Correia seja aprovado no Parlamento e que a legislatura siga até ao fim.
Os deputados
aprovaram hoje a data de 18 de janeiro para a segunda apreciação e votação do
programa do Governo. Caso seja rejeitado, o Executivo cai de imediato,
depois de numa primeira votação, a 23 de dezembro, 15 deputados do PAIGC terem
optado pela abstenção, impedindo que o documento tivesse o número de votos
necessários para ser aprovado.
Fonte: Lusa
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