Cinco
partidos da Guiné-Bissau que se assumem como defensores da democracia,
denunciaram hoje o que consideram ser uma "tentativa de golpe
institucional" em curso no país e que deve ser travada.
A
posição das cinco formações políticas - Partido Africano da Independência da
Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Partido da Unidade Nacional (PUN), União para a
Mudança (UM), Partido da Convergência Democrática (PCD) e Movimento Patriótico
(MP) - foi tornada pública numa conferência de imprensa
na qual o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, apresentou uma carta aberta
aos guineenses e à comunidade internacional.
Para
os cinco partidos o "golpe institucional" em curso na Guiné-Bissau
tem como finalidade impedir que sejam apresentados os relatórios das comissões
de inquérito às contas públicas mandadas fazer pelo Governo e pelo Parlamento.
Os
partidos responsabilizam os 15 elementos do PAIGC expulsos do partido e aos
quais o Parlamento decretou perda de mandato, pelo impasse no hemiciclo através
do que dizem ser "um conjunto de atos criminosos".
Dizem
ainda que os 15 deputados, apoiados por outros parlamentares do Partido da
Renovação Social (PRS), que lidera a oposição, têm um plano para fazer o país
"mergulhar na insegurança e atrofiar as estruturas de funcionamento do
Estado a favor de entidades privadas, proteger o crime organizado, nomeadamente
o tráfico de influências, lavagem de dinheiro e narcotráfico".
Os
cinco partidos alegam ainda que o processo de audição judicial aos membros do
atual executivo "é uma autêntica caça às bruxas" que visa debilitar o
Governo e "evitar que a verdade venha ao de cima".
O
Procurador-Geral da República guineense convocou para terça-feira o ministro da
Economia e Finanças, Geraldo Martins, para uma audição no âmbito de um processo
ainda desconhecido e pediu ao secretário de Estado das Pescas, Ildefonso de
Barros, que apresente uma série de documentação da instituição que dirige, num
espaço de 24 horas.
Fonte
do Governo disse à Lusa que "vários membros" do Executivo poderão ser
chamados a depor na Procuradoria nos próximos dias. Os
cinco partidos disponibilizam-se para o diálogo "no quadro político",
mas sempre no respeito pelas leis e pela Constituição.
Prometem
responsabilizar "política e judicialmente" as entidades e titulares
de órgãos que praticarem atos que violem as leis, princípios e regras de Estado
democrático.
Pedem
ainda à comunidade internacional que mantenha o acompanhamento "próximo e
rigoroso" da situação política e social na Guiné-Bissau e exortam os
cidadãos a mobilizarem-se em defesa dos valores da liberdade, estabilidade e
respeito pelos direitos humanos fundamentais.
Fonte:
Lusa
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