terça-feira, 8 de agosto de 2017

Projetar a imagem positiva da Guiné-Bissau. Como?

Muitos têm criticado a atuação das Mídias nacionais e internacionais no que respeita a projeção da imagem negativa do país. O que levou até a suspensão das emissões da RDP e RTP África. Em alguns casos com certa razão, mas na maioria criticamos injustamente e sem motivos para tal.  

Sem motivos porque o mundo simplesmente compra o que nós vendemos. As Mídias simplesmente divulgam o que nós produzimos do melhor ou pior. Tratando-se de “País dos Desnorteados”, onde o prestigiado PIB é a MALDADE, como é que as Mídias vão ocultar certas realidades, que constituem o esboço maioritário da notícia?

Se as Mídias não divulgarem as más notícias o que elas divulgarão? Pois habituamos a produzir apenas o mal, é o que de melhor sabemos fazer. Vão inventar a inauguração de pontes e barragens? Vão falar da redução da mortalidade infantil, do sucesso do ano escolar que não existe? Vão vilipendiar alto níve del corrupção no aparelho de Estado…?

Por exemplo, a questão da droga. Alguém me disse uma vez:

- Todo o Estado vende droga, mas aqui quando a pessoa for apanhada com a droga é divulgada para todo o mundo.

Eu pergunto:

- Entre a divulgação da informação sobre apreensão da droga e a venda da droga qual é o crime?

Quer dizer, mata-se o Presidente da Republica e o Chefe de Estado-maior a noticia não deve ser divulgada porque mancha a imagem do país;
A droga é apreendida e colocada no cofre de Estado e depois sumiu a notícia não deve ser divulgada;

Os futebolistas nacionais, jogadores da seleção, não recebem dinheiro dos prêmios dos jogos, prometido pelo Estado e, a notícia não deve ser divulgada;

Serpente Nguli” dinheiro no cofre de Estado – como eu disse República dos desnorteados – a culpa recai na divulgação da notícia. A inversão dos valores neste país é gritante. O que acontece neste país só acontece na República dos Desnorteados.

Sempre atiramos a culpa nos outros. Ora é o Senegal que não gosta da Guiné-Bissau, ora é Portugal… Mas será que eles são obrigados a gostarem de nós?

Ou melhor, será que nós gostamos realmente da nossa terra?

Fugimos aos sete pés da realidade, da verdade. Quem fala a verdade é tida como inimigo. Preferimos sempre apoiar a aparente vítima falsa da jogada, numa tática bajuladora de sobrevivência.

Por que não atacar/combater os comportamentos negativos que suscitam notícias negativas?

Irmãos estamos a viver no estado das trevas. Cegados pelo tribalismo e obscurantismo. Embebedados pela incompetência e pelo medo da mudança. Paramos no tempo. Vivemos orgulhosos por uma aparente liberdade que não existe na verdade.

Estamos numa prisão e o pior é que a maioria conforma-se com esta vivência sem vida. Granjeamos o peito com um Estado que na verdade não é Estado, mas sim uma simples aglomeração de pessoas, num determinado espaço territorial, guiados por grupos de criminosos incompetentes.

Desmoronou o componente poder político na Guiné-Bissau e a tendência é piorar à medida que os interesses criminosos ganham espaço e força.
Ainda acredito que este país é mais que viável. Com uma liderança corajosa e sábia, em 5 anos, vamos reerguer dos escombros da máfia, incompetência e ganância.

A única via é a mudança da mentalidade, através de uma nova liderança capaz de inspirar e suscitar essas mudanças. Uma liderança MODELO. Não uma liderança que na teoria defende dinheiro de Estado no cofre de Estado e na prática está rodeada de interesses criminosos.

Precisamos repensar este Estado. Que paremos de criar, alimentar e gerir o conflito interno, pois é o que andamos a fazer há mais de 40 anos. Que mudemos o chipe para a valorização dos que realmente estão preparados. A meritocracia deve ser a palavra de ordem.

Um dia, tenho esperança que um homem guineense vai ter a oportunidade de estar à frente desta Nação, com o poder e bênção de Deus, ele vai provar aos medíocres que esta terra é um paraíso.

Há-de chegar o dia. Ainda tenho esperança.

Ate lá...luta na continua.

POVO I KA LIXO 

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