segunda-feira, 12 de setembro de 2016

"TEATRO" DA RESOLUÇÃO DA CRISE POLÍTICA EM SETE ACTOS



1º ACTO: A crise instala-se tendo ao meio a Assembleia Nacional Popular e os Tribunais. Organizações a todos os níveis e personalidades da sociedade civil, nacionais, ensaiam passos na mediação entre as partes da crise política que martiriza o país; desdobram-se em contactos e reuniões. Resultado - ZERO.

2º ACTO: Comunidade Internacional residente no país dá os primeiros passos; ausculta as partes envolvidas; assinala as vias, supostamente, mais ideais para superar a crise. Resultado – INSUCESSO.

3º ACTO: Autoridades no poder “dispensam” conselhos; a crise acentua. É notória a incapacidade das partes se entenderem para debelar a crise. As dificuldades dos cidadãos aumentam no país. ANP continua de “portas fechadas”. Resultado - IMPASSE.

4º ACTO: organizações africanas (sub-regional e regional) reclamam o protagonismo na busca da solução. São horas da honra e a face da casa serem preservadas. Resultado - LUZ NO FUDNO DO TUNEL.

5º ACTO: Conselho de Segurança das Nações Unidas manifesta preocupação; quer solução da crise; União Africana muda discurso e forma de abordagem. Ameaça de sanções paira sobre o país. Resultado - PRINCÍPIO DO FIM.

6º ACTO: Mediador da CEDEAO, General Olusegun Obasanjo falha; Alguns chefes de estado de países amigos falham. CEDEAO apoiado pela comunidade internacional sai da letargia, cria mecanismos para ajudar a resolver a crise; presidente Alpha Condé da Guiné (Conakry) nomeado Mediador para a resolução da crise. Resultado - CRISE TEM DE ACABAR.

7º ACTO: Sob os auspícios da CEDEAO, com o apoio da comunidade internacional, as partes concordam e assinam o Acordo que presumivelmente vai resolver a crise política vigente há MAIS DE UM ANO. Resultado - PERSPECTIVAS ENCORAJADORAS.

OS ACTOS SEGUINTES certamente conterão cenas das movimentações no seio do PAIGC para tratar a questão dos chamados 15 dissidentes; a nomeação do Primeiro-Ministro; formação do Governo; os “voos rasantes” dos pequenos Partidos e a forma como vão dar graxa ao PAIGC para conseguirem pastas ministeriais; a reação do Presidente da República ao nome indicado para Primeiro-Ministro e aos nomes apontados para membros do governo.

Por: Humberto Monteiro

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