ÀS TRÊS PRESIDÊNCIAS, FILHAS DO MESMO PARTIDO:
da REPUBLICA, da ANP e do PAIGC.
Para
Amílcar Cabral, é uma “POUCA VERGONHA” o haver camaradas que não são
“...capazes de se dar bem uns com os outros”. E isso, sublinhou, “...no fundo,
(é) falta de coragem, cobardia ao fim e ao cabo”.
Para dar a
entender o “porquê” da “POUCA VERGONHA” e enunciar um dos princípios basilares,
que fizeram do PAIGC um partido LIBERTADOR, contou na mais simples das
linguagens, esta “grande lição” que colheu com humildade e competência:
“Era uma vez um rapazinho que foi educado num colégio qualquer de padres e que acreditava muito em milagres. Não conhecia nada da vida, porque fez a sua vida num colégio e saiu de lá homem, com vinte e um anos. Todas as injustiças que ele verificava, eram um mal; não entendia que havia de um lado a miséria, gente que sofre, e do outro os ricos. Mas ele conseguiu encontrar uma pomba que fazia milagres.
E então,
porque o seu pensamento estava ligado ao sofrimento dos outros, resolveu fazer
tudo para ajudar os outros, para não haver fome, nem frio, para todos terem
casas para morar, para cada um realizar os seus desejos; ele não pensou em si
mesmo, mas pedia à pomba para fazer milagres para os outros. Então a pomba
apareceu-lhe e sentou-se na sua mão.
Ele disse: -
«pomba dá casas para aqueles pobres»- e apareceram as casas com tudo, dentro
delas. «Dá comida àqueles famintos», e aparecia comida, boa comida. Chamava
mesmo as pessoas para perguntar o que queriam, e dava. Até o dia em que
arranjou a sua namorada e sentou-se com ela. A namorada pedia-lhe uma coisa e
ele dava. Outra gente dizia que também queria, mas ele não tinha tempo, agora
era só para a namorada.
Repentinamente a pomba voou, foi-se embora.
Acabaram-se
os milagres e tudo o que ele tinha feito como milagre tornou a desaparecer,
mesmo ainda com a pomba na mão os milagres acabaram. Ele já não podia fazer
nada pelos outros, porque só pensava na sua "badjuda", na sua
barriga”.
“Esta é uma grande lição. Na medida em que somos capazes de pensar no nosso problema comum, nos problemas do nosso povo, da nossa gente, pondo no devido nível os nossos problemas pessoais e, se necessário, sacrificando os interesses pessoais, somos capazes de fazer milagres.
Assim devem
ser todos os dirigentes, responsáveis e militantes do nosso grande Partido, ao
serviço da liberdade e do progresso do nosso povo”.
AC,
In A ARMA DA TEORIA, vol II, pag.155
Por:
Ernesto Dabo
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