O parlamento da Guiné-Bissau adiou hoje para terça-feira a votação do Programa do Governo do primeiro-ministro Carlos Correia, após mais de dez horas de acalorados debates entre as bancadas parlamentares.
O
presidente do parlamento guineense, Cipriano Cassamá, anunciou que, a pedido da
bancada do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), no
poder, a sessão foi esta noite suspensa para ser retomada na terça-feira, às
10:00.
Casssamá
adiantou que a sessão deverá ser retomada com a votação do Programa apresentado
pelo primeiro-ministro, mas que não mereceu grandes debates dos deputados, que
passaram o tempo em trocas de acusações entre as bancadas.
Por
diversas vezes, os deputados das bancadas do PAIGC e do PRS (Partido da
Renovação Social), na oposição, saíram do hemiciclo para concertação de
posições, levando a largos períodos de interrupção dos trabalhos.
A
sessão ficou marcada pela primeira intervenção no parlamento do anterior
primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, desde que retomou a sua posição de
deputado.
Num
discurso de mais de 30 minutos, decorrente do facto de ter ficado com os
minutos de vários deputados do PAIGC, Simões Pereira, exortou os colegas a
manterem a coerência pelo facto de terem votado, por unanimidade, o mesmo
documento em junho passado, quando era primeiro-ministro.
Desafiou
aqueles que o acusaram de corrupção enquanto primeiro-ministro, a provarem os
factos que alegam e disse estar tranquilo à espera dos resultados de uma
comissão parlamentar que investiga as denúncias de alegadas práticas ilegais
cometidas pelo executivo que liderou.
Os
debates decorreram, praticamente, apenas entre os deputados do PAIGC, que não
esconderam divergências profundas de posicionamento, com uns a anunciarem que
vão votar contra o Programa do Governo e outros a defenderem o documento.
Os
deputados do PRS, salvo intervenções pontuais do seu líder parlamentar,
Certorio Biote, não usaram da palavra durante os debates.
Fonte: Lusa
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