quinta-feira, 15 de outubro de 2015

PODER /potere

Por: Neusa Carina Sanha
Torna-se incompreensível e assustador para todos aqueles que como eu vivem a vida pela simplicidade primaria de bom dia... boa tarde... boa noite..., ver o que a maioria dos mortais faria para ter o que o latim denomina de POTERE. Power in English!
O Pais que todos (todos mesmo, até os outros...) dissemos amar porque falar é fácil e os pronunciamentos saem grátis, está naquele estado deplorável, porque o informático de Deus num momento de descuido imperdoável, deixou o diabo introduzir na mente humana o mais letal de todos os vírus /O PODER, uma simples expressão de 2 silabas, mas que está na origem da ciência do mal.
Em Guiné já não é fácil impressionar pela negativa. O Guineense comum já passou por tantas, que encara com naturalidade todos os acontecimentos marcadamente ruins. OU I KA BARDADI?
Porém, o meu espanto neste momento, não é com ZOMAFU, como dizia o outro e nem com o ex chefe da Dra. Carmelita Pires kil utru ku tchoma DSP, trata-se pois dos políticos da minha segunda pátria /PORTUGAL.

A Lisboa politica, está que nem Bissau neste momento. Todos querem o poder, todos querem mandar, todos relegaram o interesse do País e do povo Português para segundo plano, a prioridade passou a ser os seus interesses pessoais. Que confusão! Que falta de seriedade!

O que está aqui em causa é o seguinte: a coligação PaF (PSD + CDS) liderada pelo atual 1º ministro Dr. Passos Coelho, ganhou as eleições com pouco mais de 38% dos votos, longe da maioria absoluta necessária para governar sem sobressaltos. Significa isso que, não obstante terem legitimidade constitucional para formar governo, não teriam suporte parlamentar que dê vida a um governo se não tiverem apoio dos outros partidos, nomeadamente o PS ou o Bloco de Esquerda. E quanto ao Bloco, não há hipótese por mais remota que possa ser, de apoiarem o atual governo da coligação de direita, pelo que a esperança chama-se (ou chamava-se) Partido Socialista do António Costa, que pelos vistos, também tem agenda própria que não passa por apoiar quem lhe derrotou nas eleições. 
Alias, os Socialistas querem tirar partido da situação, para formar um governo minoritário, suportado no parlamento com o apoio dos partidos da esquerda. Porém, quem tem a ultima palavra é o Presidente da Republica /CAVACO SILVA, que tudo indica que vai contradizer-se e empossar um governo minoritário da coligação de direita que terá a maioria da esquerda em contra no parlamento, e que na melhor da hipóteses, terá uma vida de poucos meses (para não dizer dias como o G48 do Baciro Dja).
A pergunta que impera no ar é a seguinte:
Como pode um Pais com uma democracia mais do que consolidada, plenamente europeu e em pleno Sec. XXI, que conta os tostões para pagar aos credores, permitir-se a um luxo de crise politica quase artificial?
Falo em crise politica quase artificial, porque o impasse politico que temos aqui, parece copiada duma novela politica de Bissau, onde a ganancia do poder e os interesses pessoais, estão invariavelmente a sobrepor-se aos interesses da nação.
Todos querem mandar, não obstante saberem que não podem fazê-lo ao mesmo tempo, e, mesmo assim ninguém quer em nome dos superiores interesses da nação abrir mão para ceder.

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