Muitos têm criticado
a atuação das Mídias nacionais e internacionais no que respeita a projeção da
imagem negativa do país. O que levou até a suspensão das emissões da RDP e RTP
África. Em alguns casos com certa razão, mas na maioria criticamos injustamente
e sem motivos para tal.
Sem motivos porque o
mundo simplesmente compra o que nós vendemos. As Mídias simplesmente divulgam o
que nós produzimos do melhor ou pior. Tratando-se de “País dos Desnorteados”,
onde o prestigiado PIB é a MALDADE,
como é que as Mídias vão ocultar certas realidades, que constituem o esboço
maioritário da notícia?
Se as Mídias não
divulgarem as más notícias o que elas divulgarão? Pois habituamos a produzir
apenas o mal, é o que de melhor sabemos fazer. Vão inventar a inauguração de
pontes e barragens? Vão falar da redução da mortalidade infantil, do sucesso do
ano escolar que não existe? Vão vilipendiar alto níve del corrupção no aparelho
de Estado…?
Por exemplo, a
questão da droga. Alguém me disse uma vez:
- Todo o Estado vende droga, mas aqui quando a pessoa for apanhada com a droga é divulgada para todo o mundo.
Eu pergunto:
- Entre a divulgação
da informação sobre apreensão da droga e a venda da droga qual é o crime?
Quer dizer, mata-se
o Presidente da Republica e o Chefe de Estado-maior a noticia não deve ser
divulgada porque mancha a imagem do país;
A droga é apreendida
e colocada no cofre de Estado e depois sumiu a notícia não deve ser divulgada;
Os futebolistas
nacionais, jogadores da seleção, não recebem dinheiro dos prêmios dos jogos,
prometido pelo Estado e, a notícia não deve ser divulgada;
“Serpente Nguli”
dinheiro no cofre de Estado – como eu disse República dos desnorteados – a culpa
recai na divulgação da notícia. A inversão dos
valores neste país é gritante. O que acontece neste país só acontece na República
dos Desnorteados.
Sempre atiramos a culpa nos outros. Ora é o Senegal que não gosta da
Guiné-Bissau, ora é Portugal… Mas será que eles são obrigados a gostarem de
nós?
Ou
melhor, será que nós gostamos realmente da nossa terra?
Fugimos aos sete pés
da realidade, da verdade. Quem fala a verdade é tida como inimigo. Preferimos
sempre apoiar a aparente vítima falsa da jogada, numa tática bajuladora de
sobrevivência.
Por que não
atacar/combater os comportamentos negativos que suscitam notícias negativas?
Irmãos estamos a
viver no estado das trevas. Cegados pelo tribalismo e obscurantismo.
Embebedados pela incompetência e pelo medo da mudança. Paramos no tempo.
Vivemos orgulhosos por uma aparente liberdade que não existe na verdade.
Estamos numa prisão
e o pior é que a maioria conforma-se com esta vivência sem vida. Granjeamos o
peito com um Estado que na verdade não é Estado, mas sim uma simples
aglomeração de pessoas, num determinado espaço territorial, guiados por grupos
de criminosos incompetentes.
Desmoronou o
componente poder político na Guiné-Bissau e a tendência é piorar à medida que
os interesses criminosos ganham espaço e força.
Ainda acredito que
este país é mais que viável. Com uma liderança corajosa e sábia, em 5 anos,
vamos reerguer dos escombros da máfia, incompetência e ganância.
A única via é a
mudança da mentalidade, através de uma nova liderança capaz de inspirar e suscitar
essas mudanças. Uma liderança MODELO.
Não uma liderança que na teoria defende dinheiro de Estado no cofre de Estado e
na prática está rodeada de interesses criminosos.
Precisamos repensar
este Estado. Que paremos de criar, alimentar e gerir o conflito interno, pois é
o que andamos a fazer há mais de 40 anos. Que mudemos o chipe para a valorização
dos que realmente estão preparados. A meritocracia deve ser a palavra de ordem.
Um dia, tenho
esperança que um homem guineense vai ter a oportunidade de estar à frente desta
Nação, com o poder e bênção de Deus, ele vai provar aos medíocres que esta
terra é um paraíso.
Há-de chegar o dia.
Ainda tenho esperança.
Ate lá...luta na
continua.
POVO I KA LIXO
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