sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Das minhas "correspondências"...

 

Meu ilustre amigo Helmer, espero que estejas bem. Lembro-me, embora os detalhes se tenham desfeito com o tempo. Na aula, falava-se sobre democracia e conflitos nos nossos países de origem (Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e STP).

O professor que pelo discurso, de ouvir dizer, ou ter lido um relatório, demonstrava nunca ter conhecido nem Angola nem a Guiné, dizia haver um problema crónico dos governantes das então duas colónias portuguesas (Angola e G-Bissau) em olhar para a delapidação do erário publico, sem olhar para as populações. Acusava estes dois países de falta de liberdade de imprensa e de guerras indeterminadas fundadas em questões tribais, entre outras. 

Foi aí que vi um jovem de Mansoa com a hombridade e argumentos suficientes e a contradizer o professor daquela manhã no Curso de Jornalismo para os PALOP organizado pela Fundação Kalouste Gulbenkian e Universidade Católica de Lisboa. 

Helmer Araújo recordou as práticas tribais usadas pelos então colonialistas para melhor separar os povos africanos e impor a sua doutrina colonial, a fraca alfabetização e formação das populações para que tomassem consciência dos seus direitos à auto-determinação. Lembrou que a melhor forma de se avaliar o comportamento de uma dada colectividade é estudar o seu passado e emergir no seu quotidiano. 

Helmer teve do seu lado um jovem, com pouco anos ainda no jornalismo e na avaliação do desempenho da media no seu país, o angolano Luciano Canhanga que discordou com a visão eurocêntrica de Liberdade de imprensa do professor (cujo nome a memória me atraiçoa).

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