segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

GOVERNO DE GESTÃO ATÉ 2019?

Quarta-feira, 22 de Fevereiro. A Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular chumbou o agendamento do Programa do Governo e Orçamento Geral do Estado. 
A crise persiste: de um lado PAIGC + UM + PCD + seus apoiantes da sociedade civil; noutro extremo o Grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC + PRS + seus apoiantes; noutro prisma General Embaló + 18 Partidos sem representação parlamentar.
Incumbe a José Mário Vaz enquanto actor principal (suportado pelos seus apoiantes), obviamente, ao abrigo da Lei Magna do país propor, se não a melhor solução para a crise que já dura mais do que devia, ao menos sugerir uma saída que reúna, dentre os intervenientes, o maior consenso possível.
Mas, sem enveredar por labirintos complicados, aparentemente, o Chefe de Estado tem poucas margens de manobras para sair de cabeça erguida do imbróglio em que se envolveu desde Agosto de 2015 quando derrubou o Governo constitucional do PAIGC. Na verdade TRÊS hipóteses de recurso, bem equacionadas, podem constituir elementos de reflexão capazes de conduzir ao saneamento da fastidiosa crise vigente: 
1 - Nomear Augusto Olivais Primeiro-Ministro conforme alegadamente figura no Acordo de Conakry satisfazendo dessa forma a reivindicação do PAIGC o que leva automaticamente ao desbloqueamento da ANP.
2 - Fazer uma remodelação pontual com recurso aos seus parceiros habituais, manter General Embaló nas funções de Primeiro-Ministro a frente de um Governo de Gestão (figura inexistente na Constituição da República) até 2019. O braço-de-ferro mantém-se com o PAIGC; o bloqueio continua no Parlamento; o Governo vai vegetando sem Programa e OGE; as dificuldades do país acentuam-se; aumenta a pressão da comunidade internacional; internamente aumenta a pressão da sociedade civil.
3 - Com base na nova maioria que se desenha - os 15 deputados expulsos do PAIGC + deputados do PRS - formar um novo Executivo. Neste caso são várias as consequências inerentes a esta eventual saída que se arquitecta como via plausivel digna de tomar em consideração, no seio da ANP e nos diferentes extratos da sociedade civil. 
O ressurgimento do célebre "Grupo dos 15 Deputados Expulsos do PAIGC" com a clara intenção de, eventualmente, constituir uma nova maioria parlamentar para, em consequência, reconfigurar a Direcção da ANP (eleger nova Mesa) vai fazer correr muita tinta... (continua na edição impressa da Gazeta de Notícias)...

Por: Humberto Monteiro

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