“Cai por terra o mito que os partidos (todos sem excepção) foram
criando de que um Chefe de Estado é o presidente de todos…Se assim fosse
não eram necessárias eleições. Bastaria um rei.” Celso Felipe in Jornal
Negócios
Desligo o celular frequentemente, converso pouco,
preservei as minhas opiniões nos círculos privados e íntimos, evitei
grandes aglomerações (menos ver Benfica campeão e honrar os mártires de 3
de Agosto), cortei frequências em espaços de djumbais noturnos, recusei
solicitações de entrevistas, evitei convites para vários eventos e
encontros, ou seja, estava, até ontem, tranquilo no meu canto.
Estava “puro, lobo solitário” como diria um amigo, irmão e camarada.
Muitos dirão (aqueles que me conhecem de perto) ressaca do fecho da
Ordidja!? Melancolia provocada pela saudade da família?! É provável!
Contados, completei 20 dias, sem fazer uma intervenção na blogosfera.
Não me arrependo! Pois aqui estou, no agora, neste novo recomeço.
Não-Alinhadu vai ser um mural com novo nome, que diz tudo e menos um
pouco da facilidade de criar uma página, reafirmo, pessoal, globalmente
denominado BLOG!
Mas, como está em fase de montagem, volto à carga neste espaço com opinões "ainda sobre" a nova presidência...
Uma presidência, que antes mesmo de completar o primeiro aniversário de
mandato, não respeitou o palácio da REPÚBLICA, e desonrosamente hasteou
a bandeira da monarquia no lugar da BANDEIRA da REPÚBLICA!
Quão importante era o soberano para tanta (des)soberania e vassalagem?
Dias depois de completar um ano, no Aeroporto Internacional Osvaldo
Vieira, foi um fato ou não(?) e com vibrante certeza sublinho, que não
existe argumento nesta magistratura, que me convença que, não foi de mau
tom e uma falta de consideração, quando o PR Jomav virou às costas ao
HINO da REPÚBLICA, HINO da LIBERDADE, musicada energicamente, pela banda
militar das Forças Revolucionárias do Povo que o elegeu! Existem
imagens que valem mil palavras, sobre este assunto.
Quem escutou
bem os discursos do PR Jomav, tanto no dia em que os fiéis muçulmanos
foram cumprimenta-lo, para celebrar os festejos do Ramadão, como no dia
em que recebeu os régulos, os ímanes e representantes do poder
tradicional, dizia eu, todo àquele que escutou (não estou a falar de
ouvir, mas sim escutar) bem, sabe, que foi um discurso deselegante,
despropositado e desnecessário quando disse:
"és tudu ku bo papia
li sin tudu, nés kau li, n’ka obil, ami kil kun obi, i kil ku bo ka
papia (fala)…abôs (referindo a régulos ku ímanes) bô ka misti bem pa és
terra, pabia bô na pensa so na bô barriga… ami n’mas farta di ku bôs
tudu ku sta li nes kau… ami ki presidenti…bô ka misti kontan kê ku na
passa..." com unidade de discurso desta natureza e um alinhamento
desconstrutívo, musculado(até demais) e antipedagógico refletidas nestas
palavras do PR Jomav, não poderia ficar surpreso, com o que se está a
passar, neste momento. Existem sons que valem mil escutas, sobre este
assunto.
Mas, isso não foi o cúmulo! O cúmulo foi na última
segunda-feira dia 3 de agosto, a desonrada ausência no ato político que
relembra a bravura e a coragem dos MÁRTIRES de PINDJIQUITI.
Correram pelas ruas de Bissau, comentários de que o PR Jomav “desabafou”
com os conselheiros, que tanto 20 de janeiro (lembro-me até que o
evento na sede do partido que o ajudou à chegar a presidência, atrasou
porque estava todo o mundo, no aeroporto à espera da chegada do PR que
vinha do exterior nesse dia) como 23 de janeiro, ambos foram eventos
organizados pelo PAIGC, pois sendo presidente de todos os guineenses,
não poderia participar. Concordo plenamente! Agora me expliquem só uma
coisa, como se fosse uma criança (como várias vezes fui tratado no
espaço virtual) para ver se entendo.
Se foi à Câmara Municipal
de Bissau (edilidade onde foi presidente e que vos enviou o convite) a
instituição que organizou e até reinaugurou à praça (embora inacabada) 3
de Agosto, porquê que o PR Jomav, faltou ao ato??? Já tinha perguntado
uma vez "quem vai faltar"...
Não, não posso me calar, perante
tamanha afronta ao meu sentimento nacional e de toda uma nação. Relembro
com devido respeito ao PR e aos guineenses de que, os que derramaram o
sangue e perderam às suas vidas no cais de Pindjiquiti, no dia 3 de
Agosto de 1959, não eram militantes do PAIGC mas sim, militantes da
HONRA, DIGNIDADE e do RESPEITO que os colonialistas carrascos e
desumanos teimavam, em negar ao povo que vivia neste CHÃO.
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